24 agosto, 2024

Adriana London - Autora de: CASONOVO OU O PÃO QUE O DIABO AMASSOU (E OUTRAS HISTÓRIAS)

Nome literário de Adriana Abuassi.
É escritora, poetisa e artista plástica. Mestra em Estética e História da Arte pela Universidade de São Paulo – USP (2006), tendo defendido a tese Filmando música – pesquisa original em que analisa as linguagens musical, pictórica e cinematográfica com o fim de produzir traduções intersemióticas, resultando na criação do conceito de “cartografia fílmica” e na produção de uma obra visual feita com computação gráfica publicada na revista Casa Vogue, Edição Especial Quartos, em 2012. Adotou o nome artístico Adriana London por sua admiração pelo grande escritor norte-americano Jack London. Adriana já foi entrevistada no Programa Nossa Língua Portuguesa da TV Cultura, pelo renomado Prof. Pasquale Cipro Neto, e também na Rádio Jovem Pan, pelo grande poeta e crítico literário Álvaro Alves de Faria.
 
O leitor tem nas mãos um livro que reúne três novelas literárias, três contos e três poesias – pequena antologia que tem por objetivo dar a conhecer as várias facetas da autora: novelista, contista e poetisa. A primeira novela literária cujo título dá nome à coletânea narra a história de Padre Ariano, jovem religioso enviado a um povoado do interior que enfrentará paroquianos antiquados, interesseiros e com tempo suficiente para fofocar sobre sua vida. A grande surpresa fica para o final, quando a Covid-19 atinge a população local e obriga o povo a aceitar das mãos do religioso – tido como inexperiente e suspeito de pecado grave – o serviço espiritual necessário para aquela conjuntura. “Recôndita harmonia” – título da famosa ária da ópera “Tosca”, de Giácomo Puccini – também nomeia a novela literária insólita e divertida sobre os bastidores do mercado da Arte, apresentando a história de três amigos artistas plásticos que dividem espaço nos ateliês de uma galeria em São Paulo. A divertidíssima e inóspita “Picálogo – A fantasia nossa de cada dia” narra as aventuras de uma estudante que em sua ingênua concepção de amor e casamento se vê cercada de colegas vivendo experiências escabrosas, hilárias ou patéticas na busca por relacionamentos amorosos em sua filosofia medíocre de “aproveitar a vida ao máximo” e “viver o momento”. A viúva eterna, que entra para um curso a fim de tentar se conectar com o mundo lá fora (a conselho de terapeuta), acaba se frustrando ao se deparar com pessoas de diversas castas sociais e “nada a ver” com ela. A novidade desta novela também fica por conta da narrativa em prosa poética e formato de dissertação acadêmica (envolvendo inúmeras citações e notas de rodapé) – uma brincadeira estética da autora. O leitor ainda é brindado com dois contos de guerra, que mostram a dura realidade das trincheiras bem como o retorno “ao lar”. Por fim, três poesias que primam pela forma, musicalidade e profundidade imagética encerram este volume. Nunca escrevi por hobby; a Literatura sempre foi para mim um compromisso com a Arte e com o leitor. Todas as vezes que me sento para escrever, é em você, leitor, que está meu pensamento. Boa leitura! A Autora
A composição da obra busca a estabilidade através das linhas verticais que figuram estruturalmente na superfície formando retângulos nas laterais e o quadrado central; os losangos preenchidos com galhos de pinheiro que formam cruzes em seus centros – o ouro velho de fundo – remetendo à nobreza do metal “maculado” somado às folhas verdes da Natureza em constante renovação simbolizam a tradição religiosa em sua luta constante para sobreviver em meio aos séculos (que mergulham em uma corrida tecnológica na busca pela economia material, gratificação imediata e obtenção de luxo – cada vez mais requintados). Os peixes foram usados como símbolo do cristianismo em seus primórdios; as casas dos seguidores de Jesus Cristo apresentavam o desenho simbólico do peixe como significando a ressurreição do Messias – servia de indicação a outros cristãos que por ali passassem que, naquele lar, viviam seus irmãos (e também ali se reuniam com fins religiosos).
 
Entrevista
 
Ola Adriana. É um prazer contar com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci
 
Do que trata o seu Livro?
Antologia que reúne 3 novelas literárias, 3 contos e 3 poesias.  A primeira novela  que dá título ao livro, conta a história de um jovem padre que, ao ser transferido para uma cidadezinha, tem de enfrentar uma série de mal-entendidos (incluindo o ser acusado de ser “caso” com as moças) e culmina com a vinda do Bispo para esclarecer a situação; além disso, a COVID-19 entra em cena trazendo mais confusão.  A segunda história não menos divertida é a de três artistas plásticos que dividem um atelier em uma Galeria de Arte e que mostra um pouco dos bastidores do mercado de Arte. E, por último, a novela “Picálogo - A fantasia nossa de cada dia” entremeada de prosa poética e escrita sob a forma de uma dissertação acadêmica (uma brincadeira da autora), conta a história de uma moça, viúva, e de suas aventuras amorosas. Por fim, os três contos, sendo dois deles sobre o tema da guerra. As poesias primam pela forma, musicalidade e profundidade imagética encerrando assim esse volume.

Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Todas as ideias de meus livros baseiam-se em inspirações encontradas na vida cotidiana e, é claro, em uma grande bagagem cultural e literária adquirida através de longos períodos de leituras de obras clássicas e contemporâneas. Entre os temas recorrentes encontram-se religiosidade, a Música e questões que envolvem crises de identidade e/ou existencial.
Portanto, são livros destinados a público adulto e que aprecia uma leitura mais densa com conteúdo psicológico forte.


Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Escrevo desde a tenra idade e publiquei meu primeiro livro aos dezoito anos de idade.
Muitas ideias bem como a estética ao expressá-las sempre foram por inspiração e posteriormente, busquei lapidar através dos estudos essa minha vocação que considero sagrada. Todas as minhas produções tanto como artista plástica quanto como escritora sempre foram pensadas para  o público, nunca escrevi ou produzi um quadro por diversão ou por hobby – embora, jamais considerasse o trabalho artístico uma simples prestação de serviço ou livros e quadros como apenas artigos para venda.  Não acredito que obras de arte e livros sejam mercadorias como quaisquer outras já que formam o patrimônio histórico-cultural e artístico de uma nação em seu conjunto. Por isso, sempre acompanho muito a parte de logística e comercialização de meus trabalhos e considero meus leitores e colecionadores de arte muito mais do que simples clientes.  
Meu sonho é expresso no lema da minha Galeria de Arte:
A melhor forma de tornar o mundo melhor é através da Arte


O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Atualmente, eu não possuo todos os dados estatísticos para versar sobre o tema; mas, acredito que há uma geração emergente de leitores que avança com força total e que, com as alterações tecnológicas do formato dos livros e da divulgação dos mesmos, talvez não nos deixe enxergar com nitidez esse progresso. Sou otimista em relação ao fato de que, sempre existirão os leitores tradicionais – que consomem livros em papel e primam pela estética literária, bem como aqueles que leem vorazmente e-books baseados em séries de Netflix. Nada disso é impedimento para o avanço do hábito cultural do brasileiro, muito pelo contrário. O surgimento de novos autores que têm acesso a publicar suas obras – com as facilidades tecnológicas, também abre novos rumos e oportunidades ao surgimento de novos leitores.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Devido ao gosto pela leitura e intensa vida acadêmica, eu já era leitora da Scortecci há muitos anos e, portanto, ao escolher publicar meus livros com ela, estava consciente de que a equipe faria um trabalho sério desde a revisão do manuscrito até a logística de comercialização nas livrarias. Eu também queria uma editora séria para publicar meus trabalhos, pois eu já sabia que exigiriam uma atenção especial de todos os que estariam trabalhando em cada etapa.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Os diferenciais de minhas obras são o cuidado com a estética literária, a originalidade ao abordar temas novos e antigos e, sobretudo, a preocupação em fornecer conteúdo e forma de qualidade perene e não obras descartáveis ou para serem consumidas rapidamente. Os meus livros apresentam capas muito especiais: são obras de arte realizadas por mim (ver minha mini biografia) e não simples projetos gráficos voltados para comercialização do livro; essas obras de capa acompanham texto curatorial,  ou seja, uma micro aula sobre a obra, em cada segunda orelha do volume.  
A riqueza do conteúdo e da forma se dá em função dos meus estudos e práticas como artista plástica e cantora lírica.
Outro diferencial é que são livros para colecionar (há mais 2 títulos que seguem o mesmo padrão em relação às obras de arte de capa e aos textos curatoriais das mesmas nas orelhas do livro); não serão feitos em e-book; a qualidade do papel de capa e do miolo, bem como as fotos que aparecem na capa e orelhas são em alta definição, a textura e gramatura dos papéis são resistentes e não apresentam reflexo e são de cor branca, proporcionando clareza e nitidez na hora de ler.
Como jamais escrevi por hobby ou para me tornar celebridade, creio que a mensagem especial aos meus leitores é: Sempre, sempre escrevo pensando em vocês e para vocês. As obras literárias ganham vida somente quando encontram os leitores! E sou muito grata a eles por isso!
 
Obrigada pela sua participação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário