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31 agosto, 2024

Jair Pinheiro - Autor de: OCEÂNICO

Jair Pinheiro
Tem 64 anos, formado em Ciências Sociais da graduação ao doutorado, trabalhou como sociólogo na Prefeitura Municipal de São Paulo, deu aula na UNICSUL e na UNINOVE, atualmente da aula na UNESP, em Marília. Embora Oceânico seja sua primeira obra literária, escreve desde a juventude, quando participou de movimento cultural na V. Brasilândia, em São Paulo, na década de 1980.
 
 
 
 
A obra Oceânico consiste de 86 poesias, algumas delas num formato próximo da crônica, abordando temas diversos, como o amor (não poderia faltar), a experiência da infância, um olhar crítico para a vida moderna e reflexões sobre a percepção subjetiva de relações afetivas diversas. Enfim, uma obra que tem o potencial de interpelar o leitor através de ângulos diversos da sensibilidade, suscitar emoções simples e comuns, assim como levar a experiência de leitura a lugares nem sempre visitados da alma humana. Também integra a obra um prefácio, com considerações sobre as características da obra, e um posfácio informativo sobre o autor.
Qualquer experiência de vida é muito mais vasta e rica do que poderia caber numa folha de papel. Por isso mesmo um certo cantor brasileiro já disse, há muito tempo, que “qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa”. Compreendendo essa verdade, o poeta Jair Pinheiro deu o título de “Oceânico” a este livro, que traz inúmeras impressões e visões do autor sobre o mundo e as vivências cotidianas, expressas por meio da poesia. O título não poderia ser mais adequado, já que os oceanos abrigam a maior biodiversidade do planeta, mas apenas 20% dessa riqueza é conhecida. Tal lógica é também válida para Jair Pinheiro, um professor e intelectual dedicado às ciências sociais que decide mostrar ao público seu outro lado, igualmente amplo e intenso, porém capaz de enxergar as palavras e as coisas por uma perspectiva um pouco menos engajada. Essa profundidade do poeta é surpreendente. Ele retira do fundo da alma versos e revelações incomuns, muitas delas inesperadas, que podem ser saboreadas pelo leitor em cada página, convidando-o à reflexão, provocando emoções diversas e levando o pensamento a uma dança inevitável, embalado por construções certeiras e por vezes contagiantes, cujo ritmo, tom e métrica podem ter variações múltiplas e, claro, oceânicas.
Marcos Fidêncio – jornalista - 28 de abril de 2024
 
Entrevista
 
Olá Jair. É um prazer contar com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci
 
Do que trata o seu Livro?
É um livro de poesias e pequenas crônicas que, pela forma e linguagem, também podem ser lidas como poesias. Considero que há um lugar comum, que é verdadeiro, que toda obra expressa a experiência subjetiva do autor. A originalidade fica por conta de como o autor articula o lugar social de onde fala, de como este lugar é afetado pelo envolver das tramas sociais. Claro, a poesia não é uma expressão direta, digamos literal, desse lugar e do que o afeta, ela o expressa de formas muito distintas, inclusive pela negação. Enfim, fiz esse rodeio para dizer que o livro trata da experiência de quem vê o mundo com crítica e paixão.

Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Como escrevi no posfácio do livro, escrevo desde jovem, mas a vida tomou rumos que me afastaram dos movimentos culturais em São Paulo. Há cerca de 5 anos, um grupo de amigos tomou conhecimento por acaso do meu hábito de escrever. Gostaram e me incentivaram a publicar. Quanto ao público, o livro não está voltado para um público específico, creio que todos que gostam de poesia terá algum proveito na leitura, assim espero, pelo menos.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Dado o modo imprevisto como surgiu a ideia de publicar e o fato de que minha atividade profissional é de professor universitário na área da ciência política, o mundo das letras ocupa um lugar secundário na minha vida. Creio que isto não vá mudar tanto porque a teoria também é uma paixão, como pelo fato de que após 40 anos dedicados a ela, já é parte de mim. Apesar disso, pretendo publicar outro livro de poesia, cujo projeto já estou desenvolvendo.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Talvez o brasileiro não leia tão pouco como se costuma pensar. O problema reside, penso, mais no gênero de leitura, algo que poderíamos chamar de leitura rápida, ou fast reading, para quem gosta de anglicismos. Assim, quem não se dedica a esse tipo de literatura é pouco conhecido além dos círculos especializados. Entretanto, este é um fenômeno histórico, a literatura nunca foi um produto de massa.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Quando decidi publicar, pedi indicação a uma amiga, Maria Mortatti, cujos livros foram publicados pela Scortecci Editora.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
É difícil para um autor de primeira viagem, imaginar o que pode interessar aos possíveis leitores, mas eu sugiro o livro para aqueles que se interessam pelos afetos humanos, seja como pura fruição da forma, pelo contato com emoções nem sempre bem aceitas ou admitidas ou, ainda, com o que pode irromper como incômodo. Tudo isso pode ser encontrado no meu livro.
 
Obrigado pela sua participação.

Carmem Teresa Elias - Autora de: LUÍS VAZ DE CAMÕES: UMA LEITURA HUMANÍSTICA

É docente, pesquisadora e palestrante em Literatura Comparada e Análise de Gêneros Textuais, com pós-graduação em Letras pelas universidades de Cambridge, Federal Fluminense (UFF), do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Gama Filho. Em mais de trinta anos de atuação profissional nos níveis universitário, médio e fundamental, é autora de diversos artigos acadêmicos e trabalhos para congressos, além de material didático para a Universidade Santa Úrsula e Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Seus estudos da obra de Luís Vaz de Camões começaram ainda como estudante no ensino médio no tradicional Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e aprofundaram-se na universidade. Em quarenta anos de atividade docente, realizou pesquisas, palestras e vários trabalhos de análise da obra camoniana com foco nas temáticas, conteúdo e multidisciplinaridade com as demais áreas de Humanas. Como autora de obras literárias, começou a escrever muito criança, tendo sempre por hábitos a leitura e a escrita. Possui doze livros publicados nos gêneros romance, contos, ensaio, monólogo teatral, poesias e livros de arte. “Amo a liberdade de amar a poesia” é seu mote desde a infância. Foi premiada pelo Consulado da Itália, Feira do Livro de Genebra, UBE, prefeitura do Rio de Janeiro, e foi indicada ao Prêmio Maestro Guerra-Peixe, entre outras distinções. Também é artista plástica, com cinco exposições individuais e obras em dezenas de coletivas. Atual Diretora Cultural da UBE-RJ na gestão 2023-24, foi vice-presidente de instituições culturais, tendo realizado curadoria e organização de eventos artísticos no Consulado Geral da Argentina, Casa França–Brasil e UERJ. Criadora e diretora do projeto socioeducativo Poesias ao Acaso por doze anos, entre 2010 e 2022, com suas oficinas de criação artística formou e apresentou novos autores no mercado editorial. Seus livros, preferencialmente em prosa poética, ora exaltam a importância da sensibilização diante do amor e da natureza, ora denunciam crises sociais, individuais e existenciais diante da desumanização e precariedade de respeito à vida, em permanente clamor pela dignidade humana.

Obras da autora:
O Julgamento das Mães: Maternidade e Terror (romance)
Até Onde o Tocantins me Tocar (crônicas)
Perdidos Atávicos (contos)
Devoção (poesia)
Uauiará: Peixe-Homem (romance juvenil)
Poesias ao Acaso (poesias)
Insano (poesias)
Bigúmea (poesias)
Clamor: Poesia em Versos (poesia)
Âmago (poesia e arte)
Ancestralidade (poesia e arte)

Uma leitura humanística: “Por que ler Camões?” Este livro de ensaio de Carmem Teresa Elias, em linguagem simples e didática, além de conferir reverência à Literatura Mundial e à Língua Portuguesa, analisa a obra de Luís Vaz de Camões, como ícone preciso e precioso acerca da natureza das emoções, ações e razões humanas. Enquanto referência na Literatura em pleno século XXI, a obra camoniana é comparada como fonte multidisciplinar em diálogos com a Filosofia, Psicologia, História, Psicanálise, Literatura e diversos estudos da área de Humanidades, da antiguidade à contemporaneidade, tendo por foco a busca da compreensão humana. Os tempos são mimésis de outros tempos: ler o passado para ler o hoje e o amanhã num exame profundo do que somos, sentimos e pensamos.
 
Entrevista
 
Olá Carmem. É um prazer contar, novamente, com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci

Do que trata o seu Livro?
Trata-se de um chamamento para leitura com abordagem contemporânea do maior poeta da Língua Portuguesa de todos os tempos: Luís Vaz de Camões. O livro se propõe a uma análise de algumas das principais temáticas abordadas na escrita camoniana com o intuito de levantar reflexões sobre a perpetuidade da condição humana. Ao se falar dos textos de Camões fala-se do ser humano e da vida.
Tanto a poética quanto a epopeia do grande autor português aprofundam-se e repercutem-se na complexidade da existência humana, abarcando reflexões que englobam diversas áreas do conhecimento. Nada escapa a Camões.
Para este fim, trago uma abordagem multidisciplinar, da Antiguidade aos dias atuais, ao abranger os textos de Camões sob a luz das Ciências Humanas:
Filosofia, História, Sociologia, Psicologia, Psicanálise, além de associações a diversos autores de variadas épocas.
Evoco a atualidade de Camões pelas relações que o conteúdo de sua obra antecipa e desdobra com autores como Camus, Ferreira Gullar, Drummond, e representantes das literaturas de países lusófonos, por exemplo.
 
Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Este livro se destina a leitores leigos, estudantes, professores, pesquisadores e público em geral.
Sou docente dedicada ao estudo literário há 40 anos. Entre minhas especialidades está a obra de Luís Vaz de Camões.
Neste ano em que se celebram os 500 anos de nascimento do grande escritor português, presto minha homenagem compartilhando pesquisas e estudos que pude tecer ao longo da minha carreira. Dedico-me a pesquisas e novas abordagens acerca das temáticas humanas inseridas nos textos de Camões e que exprimem a vida de todos.
 
Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Chego ao meu décimo segundo livro publicado. Além de sonho, cada livro é uma edificação de vida. Este celebra a literatura como fonte de análise e estudo, mas sou autora também de ficção em romance, contos, poesias e dramaturgia. Não sei parar de escrever.
 
O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Por este motivo mesmo é que temos de manter a força, o entusiasmo, a perseverança, pois somente por meio de um acesso amplo à leitura e ao conhecimento humanístico haverá esperança de construção de uma sociedade mais evoluída, ética, crítica e consciente. O escritor de certa forma é também um mestre, um formador de pensamento e cidadania. O verdadeiro escritor carrega muita responsabilidade com o mundo.
 
Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Faço parte dos autores do Grupo desde 2016 e este é meu quarto livro pela Scortecci, além de participação em algumas antologias..
 
O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Claro que sim. Ao ler este livro, o leitor aprenderá mais sobre si mesmo. O livro “Luís Vaz de Camões: uma leitura humanística” , em edição comemorativa, transcende os limites habituais dos estudos literários e vai além da visão puramente semiológica a que comumente se restringem os estudos tradicionais desse grande autor português. Convido o leitor para uma discussão relevante sobre temas que nos afetam e que não cessam de nos interessar e agregar como espécie humana.
 
Obrigada pela sua participação.

Marcelo Campos - Autor de: O ARQUÉTIPO DO JARDIM DO ÉDEN

É pai de quatro filhos, avô de quatro netos, marido, empresário, produtor de arte, roteirista e ex-executivo de tecnologia. Há cinco anos largou sua bem-sucedida carreira no mundo corporativo, passando à dedicação integral na produção de arte. Como ele próprio descreve esse momento de sua jornada: “Caminhei em direção à luz!”. Com uma visão peculiar de fatos científicos amplamente conhecidos, reagrupa as informações comumente disponíveis nos meios de comunicação para sugerir uma nova interpretação da realidade. Consequentemente, vem a sugestão de novas prioridades para a agenda global vigente no início do século XXI. Segundo suas próprias palavras no prefácio, este livro busca a elevação do nível de consciência das pessoas, o famoso passo para trás, a fim de se perceber o cenário geral com maior clareza. Alguns de seus amigos mencionam que sua missão é tirar a Humanidade do transe no qual se encontra. Ufanismos à parte, esta primeira incursão de Marcelo no universo literário vem carregada com uma forte dose de questionamentos ao que se considera amplamente comum. A forma instigante da escrita fará você ler este livro do início ao fim, provavelmente com poucos intervalos.

O arquétipo do Jardim do Éden

Uma reflexão objetiva sobre as prioridades da humanidade como espécie dentro do século XXI. Com as informações científicas obtidas através da geologia, paleontologia, astronomia, climatologia e biologia, temos certeza de que o foco da atual agenda mundial na proteção aos ecossistemas existentes no planeta é o caminho para perpetuar nossa espécie? A resposta é não. É um equívoco acreditar que o planeta Terra sempre foi o Jardim do Éden descrito no livro de Gênesis. Com isso, realizamos esforços vultosos para preservar um ambiente cuja regra é se modificar intensamente há 4,5 bilhões de anos sem qualquer interferência humana, gerando um cenário pouco útil frente aos imensos desafios impostos pela Natureza à vida de forma geral. A preservação dos atuais ecossistemas é importante. Por outro lado, é fundamental adotar-se uma agenda mais estratégica e empreendedora, transformando as informações científicas disponíveis em legado de real valor para blindar as gerações futuras. Precisamos de uma nova priorização da agenda mundial agora, reorientando investimentos para garantirmos a sobrevivência de nossos tataratataratataranetos.

Entrevista

Olá Marcelo. É um prazer contar com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci
 
Do que trata o seu Livro?
Filosofia científica. A matéria prima do livro: ciência. Geologia, paleontologia, astronomia, climatologia, biologia e genética, com extração de fontes fidedignas. Por outro lado, o livro é muito instigante. Instigante e baseado em informações conhecidas? Sim, porque desmancho o quebra-cabeças aceito e monto o mosaico novamente. As mesmas peças em encaixes diferentes, geram um mosaico novo, em geral invisível. Quebrou as amarras de tempo nas quais parte dos cientistas insistem em nos prender: 150 anos para trás e 50 para frente. Prisão que nos impede de enxergar a idade deste planeta: aproximadamente 4,5 bilhões de anos! Dentro dos quais o Homo sapiens existe há 0,007% do tempo e não sobreviveria pelas condições hostis da biosfera em 99,96% do tempo. A Natureza é realmente mãe ou é uma madrasta má? Nos últimos 542 milhões de anos,
você sabe como evoluiu o nível de CO2 na atmosfera de nosso planeta? Você já ouviu falar do tardígrado? São apenas 3 das muitas perguntas instigantes que você responderá ao ler.
 
Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Sempre fui aficionado em documentários científicos. Aquela ciência diletante, distribuidora de informações sem maiores rigores de comprovação. Por outro lado, sempre tive muito cuidado na separação do joio e do trigo. Certo dia ouvi a informação que foi o gatilho para escrever o livro: a maior era do gela que este planeta já teve durou 300 milhões de anos. 300 milhões!!! Gente, nós aqui preocupados na variação de 1, 2 ou 3 graus em 100 anos e o planeta já foi uma bola de gelo por 300 milhões de anos! A descoberta de como nossa análise cotidiana é míope fez com que eu iniciasse um amplo processo de pesquisa sobre fontes confiáveis e aqui está o livro.
 
Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Meu objetivo é fomentar discussões de ordem filosófica sobre o que é realmente importante para preservarmos nosso futuro como espécie. No limite, as novas perspectivas apresentadas pelo conteúdo dos meus livros passam a fazer parte de debates, discussões, argumentações, enfim, de toda sorte de interações que moldem nossas atitudes para um futuro mais seguro para nossos “tatara-lá-na-frente-netos
 
O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Eu tenho uma concepção de propósito que é escrever, compartilhar minhas ideias. Se um leitor ou um milhão de leitores vão ler meu conteúdo, não importa. Eu simplesmente preciso escrever. Adicionalmente, recuso-me a ser vencido pela mediocridade intelectual epidêmica que se alastra pelo país. Preciso fazer minha parte contra isso: gerar alternativa de leitura de valor e interessante para os potenciais leitores.
 
Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Estou com a Scortecci desde meu primeiro livro. Quem fez a ponte foi meu amigo Cesar Baues, que também publica com vocês e, como eu, está satisfeito.
 
O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Claro que sim! Porque demonstra uma forma diferente e importante de interpretar o Universo a nossa volta, aumentando as chances de sobrevivência de nossa espécie. Do ponto de vista coletivo, poucos temas podem ser mais nobres do que este.
 
Obrigado pela sua participação.

Maria Gravina Ogata - Autora de: O SUMIÇO DOS OVOS DO MEU QUINTAL

É Bacharel e Mestre em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP) e Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBa). É doutora em Administração Pública pela Universidade Complutense de Madri (UCM). Nasceu na Itália, em Polignano a Mare, na região da Puglia, e emigrou com sua família para o Brasil/São Paulo, com a idade de dois anos. Viveu 38 anos na Bahia onde fez carreira no funcionalismo público estadual, ocupando vários cargos nas Secretarias de Planejamento e de Meio Ambiente. Com o nascimento dos seus netos, o desejo de escrever se tornou cada vez mais presente e publicou “O amiguinho inesperado” (Reino Editorial, 2016), “O sumiço dos ovos do meu quintal” (Scortecci, 2021) e, agora, “A toca encantada dos lagartos” (Scortecci, 2023). Publicou o ensaio histórico-social “Os samurais alagoanos e a bambina paulista: migrar é preciso” (Scortecci, 2018), que foi editado em língua italiana com o nome “La bambina e i samurai brasiliani: una saga migratoria” (Il Viandante, 2019), recebendo oito prêmios literários nesse país; e, por fim, “As bambinas e os samurais brasileiros: uma saga migratória” (Literare Books International, 2022). Maria Gravina Ogata mora no Brasil, em Cotia/São Paulo, e na Itália, em Montebelluna/Vêneto. Além de escritora, trabalha como consultora jurídica nas áreas de meio ambiente e recursos hídricos.

O livro conta a história que a autora vivenciou com seus netos, sete galinhas e um galo, todos reunidos na capa deste livro. Por causa do sumiço dos ovos das galinhas de seu quintal, nem sempre podia oferecê-los aos seus netinhos. Isso a deixava muito chateada. Ao revelar todo o mistério do sumiço desses ovos, a autora aproveita para contar como é possível comer ovos com geminha amarelinha e hortaliças saudáveis, cultivando um pedacinho de terra e reaproveitando tudo o que sobra em uma casa, mesmo morando perto de uma grande cidade. Esta obra da literatura infantil ilustra como é divertido ter animais domésticos e como os animais silvestres são importantes para o equilíbrio do meio ambiente. Trata-se de um livro que todas as crianças deveriam conhecer para viver em harmonia com a natureza.
 
Entrevista

Ola, Maria Gravina. É um prazer contar, novamente, com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci.
 
Do que trata o seu Livro?
O livro trata da minha inconformidade em ver os ovos sumindo do meu galinheiro, diariamente. Eu queria comer esses ovos de geminha amarelinha e não conseguia, pois algum “malfeitor” chegava antes de mim e os pegava. Meus netos também queriam comer esses ovos e eu não conseguia oferecê-los. Demorei meses para descobrir o que estava acontecendo na minha casa, bem “debaixo do meu nariz”.
 
Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Eu escrevi esse livro para os meus netos que, na época, estavam na faixa entre 3 e 16 anos. Eu queria que eles tivessem noção da importância da conservação da biodiversidade. A minha casa se situa nos arredores da cidade de São Paulo e é um privilégio poder contar com um terreno onde eu possa criar galinhas e ter uma horta. Tem também uma linda mata nos fundos do meu quintal, onde aparecem alguns animais silvestres. Mesmo sabendo que o “gulosinho de ovos” pudesse ser um desses animais, eu mostro no livro a importância deles na disseminação de sementes, na eliminação de pragas e no equilíbrio ambiental.
 
Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. O primeiro de muitos ou um sonho realizado?
A vontade de escrever livros para crianças se deve ao fato de ter netos, que me “provocam” com seus comentários e formas de raciocínio, sempre com aquela pureza das crianças. Além disso, durante a primeira fase da minha carreira profissional, fui professora de alunos da pré-escola e sempre me senti muito perto das crianças. Achei que poderia criar um mistério e, ao mesmo tempo, mostrar a beleza da natureza. Quanto à minha formação, sou bacharela em Direito e em Geografia, com mestrado em Geografia Física e doutorado em Ciência Política. Trabalho como consultora jurídica nas áreas de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Além de escrever livros infantis, publico ensaios histórico-sociais sobre questões migratórias. Meus livros tratam dos grandes movimentos mundiais de massa, com foco na imigração italiana e japonesa no Brasil. Publiquei livros com essa temática aqui e na Itália, país em que nasci, de onde migrei com dois anos de idade. Outro ensaio que acabo de escrever se refere aos traumas vividos durante o período da pandemia. Nessa obra são abordados os seguintes temas: a saúde como bem público global; as crises dos Estados nacionais, da democracia e do liberalismo; bem como as mudanças de comportamento, indicando que caminhamos a passos largos para uma nova era.
 
O que você acha da vida de escritor no Brasil: um país de poucos leitores e onde a leitura não é valorizada?
Considerando que o Brasil é um dos países mais populosos do planeta (com mais de 200 milhões de habitantes), não se pode dizer que aqui tem poucos leitores. Contudo, mesmo com a facilidade das redes sociais, não é fácil achar o caminho que leva o escritor até os seus leitores.
 
O seu livro merece ser lido? O que ele tem de especial capaz de encantar leitores?
O livro merece ser lido porque estimula a curiosidade, a importância de pesquisar antes de se tomar uma decisão, que o meio ambiente em equilíbrio tem grande importância para a nossa vida, além de saber que nós mesmos podemos produzir alimentos saudáveis.
 
Obrigada pela sua participação.

Amanda Molinari - Autora de: QUEM SOU EU?

Nascida na cidade de Casa Branca, interior de São Paulo, Artista Plástica, Compositora, Escritora, empresária e colunista de jornal, 20 anos de sua vida dedicados a Arte.

 
 
 
 
 
 
Uma menina muito curiosa conversando com sua mãe descobre costumes, culturas e vivências dos seus ancestrais, resgatando valores familiares, uma linda história que aproxima a família com os antepassados formando laços para a vida toda.






 
Entrevista

Olá Amanda. É um prazer contar, novamente, com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci

Do que trata o seu Livro?
Uma menina muito curiosa descobre junto a família a beleza da história de seus ancestrais, resgatando os laços familiares e assim se encontrando dentro da família.
 
Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Essa história surgiu de uma conversa com minha filha Sofia, personagem principal do livro, destinado ao público infantil.
 
Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
O primeiro de muitos se Deus quiser, vou lançar três livros na Bienal, também um sonho realizado, um marco na minha carreira.
 
O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Não podemos nunca perder a esperança de tempos melhores, incentivar a leitura é um de meus projetos, resgatando esse gosto nas pessoas com histórias leves e criativas.
 
Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Por indicação de uma amiga que já teve uma experiência positiva com a Editora.
 
O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Todos temos essa curiosidade de saber de onde viemos, quais as culturas, comidas e vida dos nossos antepassados, onde viviam, como chegaram aqui, isso trará ao leitor essa vontade de descobrir as coisas das famílias deles também.
 
Obrigada pela sua participação.

Adriana London - Autora de: ORQUÍDEA ESFACELADA NÃO TEM GOSTO DE NADA

Adriana London

É escritora, poetisa e artista plástica. Mestra em Estética e História da Arte pela Universidade de São Paulo - USP (2006), tendo defendido a tese "Filmando Música", pesquisa original em que analisa as linguagens musical, pictórica e cinematográfica com o fim de produzir traduções intersemiótica, resultando na criação do conceito de "cartografia fílmica" e na produção de uma obra visual feita com computação gráfica - publicada na revista Casa Vogue Edição Especial Quartos, em 2012.
Adotou o nome artístico Adriana London por admirar o grande escritor norte-americano Jack London. A autora já foi entrevistada no Programa Nossa Língua Portuguesa - TV Cultura pelo renomado Prof. Pasquale Cipro Neto e também na Rádio Jovem Pan pelo grande poeta e crítico literário Álvaro Alvea de Faria.

Orquídea esfacelada não tem gosto de nada

Romance de Realismo Fantástico que conta em narrativa não linear e entremeada de prosa poética e poesias, a história de uma escritora e seu novo personagem. Cristina conta a história de Carlos e este, por sua vez, conta a história de Cristina - sendo que eu, a autora, conto a história dos dois! O romance apresenta plena coerência não apenas nos perfis psicológicos dos personagens, mas também em seus trechos de prosa poética que descrevem a vida onírica de Cristina em primeira pessoa, como um narrador-personagem; ao passo que, quando conta a história de Carlos, Cristina narra-a em terceira pessoa. A riqueza de detalhes nas descrições dos sonhos recorrentes da protagonista bem como de experiências vividas por ela proporciona ao leitor um retro autêntico de sua complexa personalidade.

Entrevista

Olá Adriana. É um prazer contar a sua participação na Revista do Livro da Scortecci
 
Do que trata o seu Livro?
Romance de Realismo Fantástico, de narrativa não-linear e recheado de prosa poética, poesias e imagens oníricas. Possui forte caráter psicológico e lida com o suspense e a surpresa em situações rotineiras da vida. Conta a história de Cristina, uma jovem solteira que está escrevendo um livro e cujo personagem principal, por sua vez, conta a história dela sendo que, eu – a autora – conto a história dos dois. É uma narrativa rica em detalhes cujos floreios literários são uma forma de descrição dos complexos perfis psicológicos dos personagens.
 
Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Todas as ideias de meus livros baseiam-se em inspirações encontradas na vida cotidiana e, é claro, em uma grande bagagem cultural e literária adquirida através de longos períodos de leituras de obras clássicas e contemporâneas. Entre os temas recorrentes encontram-se religiosidade, a Música e questões que envolvem crises de identidade e/ou existencial.
Portanto, são livros destinados a público adulto e que aprecia uma leitura mais densa com conteúdo psicológico forte.
 
Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Escrevo desde a tenra idade e publiquei meu primeiro livro aos dezoito anos de idade.
Muitas ideias bem como a estética ao expressá-las sempre foram por inspiração e posteriormente, busquei lapidar através dos estudos essa minha vocação que considero sagrada. Todas as minhas produções tanto como artista plástica quanto como escritora sempre foram pensadas para o público, nunca escrevi ou produzi um quadro por diversão ou por hobby – embora, jamais considerasse o trabalho artístico uma simples prestação de serviço ou livros e quadros como apenas artigos para venda. Não acredito que obras de arte e livros sejam mercadorias como quaisquer outras já que formam o patrimônio histórico-cultural e artístico de uma nação em seu conjunto. Por isso, sempre acompanho muito a parte de logística e comercialização de meus trabalhos e considero meus leitores e colecionadores de arte muito mais do que simples clientes.
Meu sonho é expresso no lema da minha Galeria de Arte:
A melhor forma de tornar o mundo melhor é através da Arte”.

 
O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Atualmente, eu não possuo todos os dados estatísticos para versar sobre o tema; mas, acredito que há uma geração emergente de leitores que avança com força total e que, com as alterações tecnológicas do formato dos livros e da divulgação dos mesmos, talvez não nos deixe enxergar com nitidez esse progresso. Sou otimista em relação ao fato de que, sempre existirão os leitores tradicionais – que consomem livros em papel e primam pela estética literária, bem como aqueles que leem vorazmente e-books baseados em séries de Netflix. Nada disso é impedimento para o avanço do hábito cultural do brasileiro, muito pelo contrário. O surgimento de novos autores que têm acesso a publicar suas obras – com as facilidades tecnológicas, também abre novos rumos e oportunidades ao surgimento de novos leitores.
 
Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Devido ao gosto pela leitura e intensa vida acadêmica, eu já era leitora da Scortecci há muitos anos e, portanto, ao escolher publicar meus livros com ela, estava consciente de que a equipe faria um trabalho sério desde a revisão do manuscrito até a logística de comercialização nas livrarias. Eu também queria uma editora séria para publicar meus trabalhos, pois eu já sabia que exigiriam uma atenção especial de todos os que estariam trabalhando em cada etapa.
 
O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Os diferenciais de minhas obras são o cuidado com a estética literária, a originalidade ao abordar temas novos e antigos e, sobretudo, a preocupação em fornecer conteúdo e forma de qualidade perene e não obras descartáveis ou para serem consumidas rapidamente. Os meus livros apresentam capas muito especiais: são obras de arte realizadas por mim (ver minha mini biografia) e não simples projetos gráficos voltados para comercialização do livro; essas obras de capa acompanham texto curatorial, ou seja, uma micro aula sobre a obra, em cada segunda orelha do volume.
A riqueza do conteúdo e da forma se dá em função dos meus estudos e práticas como artista plástica e cantora lírica.
Outro diferencial é que são livros para colecionar (há mais 2 títulos que seguem o mesmo padrão em relação às obras de arte de capa e aos textos curatoriais das mesmas nas orelhas do livro); não serão feitos em e-book; a qualidade do papel de capa e do miolo, bem como as fotos que aparecem na capa e orelhas são em alta definição, a textura e gramatura dos papéis são resistentes e não apresentam reflexo e são de cor branca, proporcionando clareza e nitidez na hora de ler.
Como jamais escrevi por hobby ou para me tornar celebridade, creio que a mensagem especial aos meus leitores é: Sempre, sempre escrevo pensando em vocês e para vocês. As obras literárias ganham vida somente quando encontram os leitores! E sou muito grata a eles por isso!
 
Obrigada pela sua participação.

30 agosto, 2024

Wildon Lopes - Autor de: TEMPO BLUES NA TERRA AZUL

Wildon Lopes

Wildon Lopes (1959) nasceu em Guará-SP. Ariano de 07 de abril, é empresário, engenheiro químico, corredor de rua,
mestre maçom e poeta. Foi um dos militantes das Diretas já nos anos 80 e desde então vive e pratica a escrita pela liberdade, desde que o amor seja o caminho principal dessa revolução. Em 2021 lançou o seu primeiro livro de poemas: “No entorno do Poema”, com poemas construídos para despertar a sensibilidade e a reflexão, ambas direcionados à poesia da alma, real e verdadeira e hoje, ainda continua se dividindo entre as várias atividades da engrenagem que movimenta as suas aptidões. Wildon está além do seu tempo e expões sem medo de errar suas relações com a astronomia e a energia escura do nosso universo. Se vida é passageira, poética, dinâmica e viva, melhor estar sempre no meio de tudo e no centro do palco, é o que ele diz sempre. Sem se esconder nos trilhos de uma locomotiva, o seu TEMPO BLUES NA TERRA AZUL, demonstra uma busca insuperável ao melhor que a humanidade possa nos proporcionar, na inquietude das suas palavras e no entusiasmo desses novos momentos literários. Site: www.wildon.com.br

Tempo Blues na terra azul
 
Nas páginas deste segundo livro de poemas do escritor WILDON LOPES, ele mergulha em um universo poético dividido entre o caminho do amor como responsável por uma revolução de sentimentos entre os seres humanos e, mais além, nas profundezas das emoções humanas e nos reflexos desse amor, tratando-o, como mudanças que ressoam em nossa sociedade, tudo isso condensado num “AMONTOADO DE AMOR EM TEMPO BLUES”.
Entre os versos que celebram o poder dos sentimentos e a complexidade das relações
humanas, e àqueles que ecoam na melancolia e na realidade das guerras e das dificuldades de comunicação entre os homens, o autor nos contempla com o seu “ESPETÁCULO EM TEMPO BLUES”, um tempo de transição, em que a natureza responde às mudanças globais causadas pela humanidade, e através destes poemas, que revelam-se como espelhos da alma, e que, ao mesmo tempo pintam uma aquarela de beleza, de amor e dor , ele se utiliza das cores que permeiam a existência da vida em nosso planeta. Wildon é capaz de nos presentear com a sua poesia intensa e forte, usando de metáforas, estrutura visual e experiências vividas, que nos penetra como uma voz sussurrante que adentra nossos ouvidos e nos leva para uma outra dimensão, pós-contemporânea, onde sua força poética revela-se lírica, clara e pessoal. Deixe-se envolver pelos poemas que apontam para a essência mais profunda da condição humana, uma verdadeira epopeia modernizada em “TEATRO SHOW-BLUES NA TERRA AZUL”, onde o autor nos surpreende com o elemento cantado pelos homens do cotidiano, exibindo um humor artístico fenomenal e provocando reflexões profundas sobre a vida e a sociedade, convidando-nos a refletir, sentir e conectar com a poesia que alimenta a alma. Em “TEMPLO AZUL & STREET BLUES”, o engenheiro químico, reage, sintetiza e transforma palavras que pulsam em seu coração, transbordando de seu laboratório poético para o mundo, onde cada poema é um filme que se desenrola em nossa mente, refletindo o vasto universo da poesia. Permita-se ser envolvido por esses versos espetaculares e deixe-se levar por essa jornada poética que desperta os sentidos e entusiasma a imaginação. Nas páginas deste livro de poemas, uma voz poética ressoa em meio ao tempo blues, despertando uma agradável surpresa nessa Terra azul. O grito dos poetas clama por urgência, busca palavras que se entrelaçam expressando o amor de forma anárquica e revolucionária. Amor que representa a chave para a libertação da alma. Renove-se sem medo. Renasça para o poema! Grite o que provoca e transforma o planeta. Uma engrenagem gira ao lado da estrada da sua vida, então faça a viagem para dentro de si mesmo. Permita-se voar além do possível, embriague-se de amor. Este livro é um convite para uma jornada poética inesquecível.
Não há forma
nem contorno
não tem beiradas
é uma estrada sem retorno...
Ah! O amor
uma maneira única
de inventar o infinito
um brilho, um grito
uma luz em todas as direções.
Ele é uma estrada sem retorno
não há contorno
é um rio de emoções.

Entrevista

Olá Wildon. É um prazer contar com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci
 
Do que trata o seu Livro?
Poemas que tratam do amor como um caminho revolucionário e transformador, capaz de entrar nas profundezas do sentimento humano. Questiona, principalmente, a melancolia do tempo blues na nossa terra azul e, através de uma voz poética libertadora, clama pela urgência de uma renovação nessa jornada inesquecível que movimenta a engrenagem e nos leva à estrada longa da liberdade. A poesia nos permite voar além do impossível. O livro viaja com as dores diferentes do nosso planeta em seus momentos amargos e as suas conquistas através da delicadeza dos seus poetas itinerantes. A maioria dos poemas expressam momentos reais do meu dia a dia, carregados com a minha metáfora e a sempre presente, vontade de consertar as barbáries escondidas, os absurdos estampados no meio comum e assim meus poemas desafiam, através do simples, os futuros difíceis momentos que virão.
 
Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Na verdade, esse meu segundo livro de poemas é o filho mais entusiasmado do primeiro, “No entorno do Poema”. Agora meus poemas tentam superar os imprevistos da raça humana e mostrar que o universo não tem margem, mas tem coração, nome e sentimento. E seremos nós os seres que deverão revolucionar os tempos desgostosos do nosso futuro. Há um vácuo de inteligência que se mostra como solução, porém, artificial demais..., mas a verdadeira revolução está na simplicidade e no amor. Para aqueles que tem saudades, aos que admiram o céu estrelado e acreditam numa nova era impossível, aos que perseguem a verdade e buscam seu lugar através da liberdade e da igualdade, a poesia é um dos caminhos para realizar a reconstrução, a volta ao centro do arco, ao interior da nossa alma e ser feliz.
 
Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Eu escrevo desde que me conheço por gente...e tento sempre transportar o meu momento através das palavras e dos sentimentos. Tenho outros projetos poéticos, tanto no lado esotérico da maçonaria brasileira como no outro extremo do profissionalismo, entre as corridas pelas ruas do mundo, das quais faço parte e, se ainda der tempo, editar um roteiro técnico sobre a minha experiência como engenheiro químico na indústria brasileira.
 
O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
A vida do escritor é escrever e contar para os seus leitores as suas observações, seus gostos e desgostos, seus amores e os seus sonhos futuros, ficções, utopias, além de colaborar para as possibilidades de transformar o nosso planeta, ou seja, a sua real participação tanto na esfera cultural, como na transformação da sociedade mundial. Se por um lado, deixar registrado sua participação cultural, seja no campo poético, sociológico, psicológico, filosófico, ou, por outro lado, o escritor tentar se aproximar onde é possível e levar as suas mensagens a um público limitado, porém, dentro do seu círculo de possibilidades, já terá vencido em seus objetivos. Infelizmente o investimento em cultura no Brasil não é o suficiente para ocasionar as mudanças necessárias para que o nosso povo a valorize. Enquanto isso os nossos escritores trabalham dobrado para que a literatura sobreviva com elegância e sabedoria, libertando aqueles leitores para a conscientização humana, a leitura e o posicionamento diante dos valores sociais éticos em busca de uma consciência literária mais dinâmica, corajosa e libertadora.
 
Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
A Scortecci parece que já está no meu sangue de escritor há muito tempo, desde que cheguei em São Paulo, em 1977, quando participei de diversas apresentações de “poesia falada”, ou seja, declamações de poemas, na antiga “editora da revista Escrita” nas imediações da Universidade Mackenzie entre o Sesi e a Rua da Consolação. O João Scortecci já era um desses comandantes poéticos da nova geração de escritores daquela época. E agora, a partir de 2021, houve um reencontro perfeito entre nós, seguidos de um profissionalismo editorial fantástico dessa editora, capacitado por uma equipe que trabalha muito para que o Livro seja o nosso parceiro mais importante e aquele que sempre nos surpreenderá, numa bela manhã de sol, com uma nova caixinha de surpresas.
 
O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Sim... dentro de cada poema que escrevo há sempre uma história, um reflexo, um lampejo, um bumerangue que voa pelo mundo e traz de volta para o leitor uma nova oportunidade de encontro, um novo amor, uma percepção de alegria ou a reflexão das memórias que reproduzem sentimentos escancarados na experiência de vida de cada um. Essa etapa lírica e atemporal das palavras polidas que resultaram em versos, marcam um novo tempo, o grito que não para a luta que renasce. E assim adquirimos novas imagens, novelas, realidades, culturas, conhecimentos e surpresas.
 
Obrigado pela sua participação.