Tem 64 anos, formado em Ciências Sociais da graduação ao doutorado, trabalhou como sociólogo na Prefeitura Municipal de São Paulo, deu aula na UNICSUL e na UNINOVE, atualmente da aula na UNESP, em Marília. Embora Oceânico seja sua primeira obra literária, escreve desde a juventude, quando participou de movimento cultural na V. Brasilândia, em São Paulo, na década de 1980.
A obra Oceânico consiste de 86 poesias, algumas delas num formato próximo da crônica, abordando temas diversos, como o amor (não poderia faltar), a experiência da infância, um olhar crítico para a vida moderna e reflexões sobre a percepção subjetiva de relações afetivas diversas. Enfim, uma obra que tem o potencial de interpelar o leitor através de ângulos diversos da sensibilidade, suscitar emoções simples e comuns, assim como levar a experiência de leitura a lugares nem sempre visitados da alma humana. Também integra a obra um prefácio, com considerações sobre as características da obra, e um posfácio informativo sobre o autor.
Qualquer experiência de vida é muito mais vasta e rica do que poderia caber numa folha de papel. Por isso mesmo um certo cantor brasileiro já disse, há muito tempo, que “qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa”. Compreendendo essa verdade, o poeta Jair Pinheiro deu o título de “Oceânico” a este livro, que traz inúmeras impressões e visões do autor sobre o mundo e as vivências cotidianas, expressas por meio da poesia. O título não poderia ser mais adequado, já que os oceanos abrigam a maior biodiversidade do planeta, mas apenas 20% dessa riqueza é conhecida. Tal lógica é também válida para Jair Pinheiro, um professor e intelectual dedicado às ciências sociais que decide mostrar ao público seu outro lado, igualmente amplo e intenso, porém capaz de enxergar as palavras e as coisas por uma perspectiva um pouco menos engajada. Essa profundidade do poeta é surpreendente. Ele retira do fundo da alma versos e revelações incomuns, muitas delas inesperadas, que podem ser saboreadas pelo leitor em cada página, convidando-o à reflexão, provocando emoções diversas e levando o pensamento a uma dança inevitável, embalado por construções certeiras e por vezes contagiantes, cujo ritmo, tom e métrica podem ter variações múltiplas e, claro, oceânicas.
Marcos Fidêncio – jornalista - 28 de abril de 2024
Qualquer experiência de vida é muito mais vasta e rica do que poderia caber numa folha de papel. Por isso mesmo um certo cantor brasileiro já disse, há muito tempo, que “qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa”. Compreendendo essa verdade, o poeta Jair Pinheiro deu o título de “Oceânico” a este livro, que traz inúmeras impressões e visões do autor sobre o mundo e as vivências cotidianas, expressas por meio da poesia. O título não poderia ser mais adequado, já que os oceanos abrigam a maior biodiversidade do planeta, mas apenas 20% dessa riqueza é conhecida. Tal lógica é também válida para Jair Pinheiro, um professor e intelectual dedicado às ciências sociais que decide mostrar ao público seu outro lado, igualmente amplo e intenso, porém capaz de enxergar as palavras e as coisas por uma perspectiva um pouco menos engajada. Essa profundidade do poeta é surpreendente. Ele retira do fundo da alma versos e revelações incomuns, muitas delas inesperadas, que podem ser saboreadas pelo leitor em cada página, convidando-o à reflexão, provocando emoções diversas e levando o pensamento a uma dança inevitável, embalado por construções certeiras e por vezes contagiantes, cujo ritmo, tom e métrica podem ter variações múltiplas e, claro, oceânicas.
Marcos Fidêncio – jornalista - 28 de abril de 2024
Entrevista
Olá Jair. É um prazer contar com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci
Do que trata o seu Livro?
É um livro de poesias e pequenas crônicas que, pela forma e linguagem, também podem ser lidas como poesias. Considero que há um lugar comum, que é verdadeiro, que toda obra expressa a experiência subjetiva do autor. A originalidade fica por conta de como o autor articula o lugar social de onde fala, de como este lugar é afetado pelo envolver das tramas sociais. Claro, a poesia não é uma expressão direta, digamos literal, desse lugar e do que o afeta, ela o expressa de formas muito distintas, inclusive pela negação. Enfim, fiz esse rodeio para dizer que o livro trata da experiência de quem vê o mundo com crítica e paixão.
É um livro de poesias e pequenas crônicas que, pela forma e linguagem, também podem ser lidas como poesias. Considero que há um lugar comum, que é verdadeiro, que toda obra expressa a experiência subjetiva do autor. A originalidade fica por conta de como o autor articula o lugar social de onde fala, de como este lugar é afetado pelo envolver das tramas sociais. Claro, a poesia não é uma expressão direta, digamos literal, desse lugar e do que o afeta, ela o expressa de formas muito distintas, inclusive pela negação. Enfim, fiz esse rodeio para dizer que o livro trata da experiência de quem vê o mundo com crítica e paixão.
Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Como escrevi no posfácio do livro, escrevo desde jovem, mas a vida tomou rumos que me afastaram dos movimentos culturais em São Paulo. Há cerca de 5 anos, um grupo de amigos tomou conhecimento por acaso do meu hábito de escrever. Gostaram e me incentivaram a publicar. Quanto ao público, o livro não está voltado para um público específico, creio que todos que gostam de poesia terá algum proveito na leitura, assim espero, pelo menos.
Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Dado o modo imprevisto como surgiu a ideia de publicar e o fato de que minha atividade profissional é de professor universitário na área da ciência política, o mundo das letras ocupa um lugar secundário na minha vida. Creio que isto não vá mudar tanto porque a teoria também é uma paixão, como pelo fato de que após 40 anos dedicados a ela, já é parte de mim. Apesar disso, pretendo publicar outro livro de poesia, cujo projeto já estou desenvolvendo.
O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Talvez o brasileiro não leia tão pouco como se costuma pensar. O problema reside, penso, mais no gênero de leitura, algo que poderíamos chamar de leitura rápida, ou fast reading, para quem gosta de anglicismos. Assim, quem não se dedica a esse tipo de literatura é pouco conhecido além dos círculos especializados. Entretanto, este é um fenômeno histórico, a literatura nunca foi um produto de massa.
Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Quando decidi publicar, pedi indicação a uma amiga, Maria Mortatti, cujos livros foram publicados pela Scortecci Editora.
O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
É difícil para um autor de primeira viagem, imaginar o que pode interessar aos possíveis leitores, mas eu sugiro o livro para aqueles que se interessam pelos afetos humanos, seja como pura fruição da forma, pelo contato com emoções nem sempre bem aceitas ou admitidas ou, ainda, com o que pode irromper como incômodo. Tudo isso pode ser encontrado no meu livro.
Obrigado pela sua participação.