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05 maio, 2024

Luiza Lima - Autora de: BÁLSAMOS

É Professora recém-aposentada. Exerceu a função que deveria ser a mais respeitada, durante trinta e oito anos — alguns deles concomitantes na Prefeitura e no Estado de São Paulo, onde reside, desde 1985. Atuou nos cargos de professora da primeira infância à terceira idade e como Diretora e Coordenadora Pedagógica. Nasceu na Água Branca, município de Poção de Pedras (MA), em 8 de abril de 1964. Filha de Maria Raimunda de Sousa Lima e João de Paiva Lima, tem seis irmãs, quatro irmãos, quinze sobrinhas, nove sobrinhos, dez sobrinhas-netas, dezessete sobrinhos-netos e uma sobrinha-bisneta.É mãe da Estela Safira e do João Filipe, com quem aprendeu a amar ainda mais a dona Mariinha, ao experimentar o tamanho do amor que tinha por suas filhas e filhos e o significado de amor incondicional. Mulher, como tantas espalhadas por este mundo, que não medem esforços para oferecer um mundo menos hostil para suas crias. Chega aos 60 anos, consciente do dever cumprido nos vários papéis exercidos em sua trajetória, carrega, além das marcas do tempo, um coração cheio de gratidão pela família, profissão, companheiras e companheiros, amigas e amigos e cada caminhante que cruzou seu caminho. Pretende fazer da aposentadoria um exercício de afrouxamento de todas as amarras e, enfim, olhar para si e realizar todos os sonhos possíveis.

Este livro, autobiográfico, sintetiza a história de Luza, menina que nasceu num pequeno povoado chamado Água Branca, no município de Poção de Pedras, Maranhão. Mudou-se para São Paulo aos 21 anos. Sua pele, acostumada com forte calor, mesmo impedida pelo vitiligo de ficar exposta ao sol, doía com a temperatura gelada. O paladar rejeitava as frutas que só tinham nomes parecidos. Andar pelas ruas cheias de carros lhe tirava o fôlego de tanta poluição. O português maranhense, considerado um dos mais bem falados, passou a ser motivo de galhofas. Seu nome Luiza, antes apenas letras em um documento, era adotado e, por muito tempo, parecia tratar-se de outra pessoa. A jovem nem percebeu que sua brava luta pela sobrevivência lhe transformou a tal ponto de fechar os sons das vogais, não sentir tanto frio, descobrir frutas similares às do Maranhão, tendo trocado a laranja-pera pela laranja-baía, cujo sabor agrada seu paladar. Casou-se, teve um casal de filhos, construiu uma carreira na Educação da Prefeitura Municipal de São Paulo. Durante a pandemia de Covid-19, a mulher Luiza olhou mais profundamente para si e percebeu os escombros que foram se formando em seu ser. De repente todas as dores plasmadas saíram da ordem imposta. Como a Luza/Luiza sempre esteve no comando, fez um combinado de colocá-las para fora organizadamente. Decide escrever um livro chamado Bálsamos. Abre todas as gavetas que havia trancado, narrando histórias vividas com sua mãe, pai, irmãs, irmãos, parentes, amigas, amigos, vizinhas, vizinhos, lua, palmeiras e igarapés. Durante a escrita chora todos os lutos, dores, desilusões, decepções e saudades. Após essa expurgação, enfim, se permitirá lembrar-se apenas do que foi, é e continuará sendo Bálsamos. Consciente da inteireza da vida com momentos de dissabores e outros cheios de alegrias e gratidão.

Entrevista

Olá Luiza. É um prazer contar com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci

Do que trata o seu Livro?
O livro Bálsamos conta histórias vividas por uma brasileira, nordestina, maranhense, obrigada pelas circunstâncias a deixar sua terra aos 21 anos e recomeçar distante de tudo que lhe era familiar e seguro. Enfrentou todos os obstáculos com altivez e a certeza que através do amor e exemplos deixados pelos seus pais, mesmo com um breve convívio, só precisava seguir íntegra, sem esmorecer em sua dura caminhada. Formou família tanto de sangue, quanto de laços, desenvolveu projetos incríveis na Educação Municipal da Cidade de São Paulo, onde exerceu vários papéis, formando uma grande rede de amizade e bem querer por onde passou e fincou bandeira na periferia de São Paulo, onde milita por um mundo melhor com a visão dos ensinamentos da teologia da libertação, crendo ser a forma como Jesus de Nazaré queria.
Ao invés de enfatizar as dores da travessia, optou em vê-los como ensinamentos que forjaram seu ser, enaltecendo pessoas e situações que foram refrigérios e confortos em sua vida, motivo de gratidão profunda.

Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Mesmo sendo um projeto antigo, Bálsamos nasceu a partir de uma provocação do Grupo Cirandeiras da Escrita que participo semanalmente, desde a pandemia. Escrevi um texto chamado espelho que magicamente me fez olhar para a minha vida e com o incentivo das amigas do grupo, meu livro começou a ser gestado. O maior objetivo de Bálsamos é apresentar meus ancestrais aos seus descendentes que perderam a oportunidade de conhecê-los e beberem de fonte tão inspiradora. Como é uma escrita real como muito amor, dor e risos, alcançará muita gente que busca bálsamos para suas feridas diárias.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Sou apaixonada pelos livros, tive acesso a eles tardiamente e talvez por isso os valorize tanto. Um sonho de infância: “Ter sempre um livro novo aguardando a finalização da leitura”. Aprendi que podemos tirar vendas e encher o mundo de vidas e possibilidades, através dos livros.
Durante a pandemia iniciei a escrita de histórias vividas na educação. A ideia era escrever 100 histórias em homenagem ao centenário de Paulo Freire, acabei não finalizando. Assim que bálsamos estiver andando sozinho, pretendo retomar as histórias e repensar o título.
Quanto a frase citada: sou mãe de um lindo casal: Estela Safira e João Filipe, minhas principais obras e em quase todas as escolas por onde passei, plantei árvores..

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Estou experimentando a poucos dias o outro lado, sempre fui amante de livros e alguns escritores, são meus mestres. Tem sido emocionante ouvir os comentários de quem já leu Bálsamos e estou animada com os comentários. Sei que algumas pessoas não tem hábito de ler, quem sabe alcanço alguns por curiosidade e amizade, vou torcer muito que sejam picados pelo desejo de continuar lendo outros livros.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Através da escritora Ana Bretas que é a responsável pela criação do grupo Cirandeiras da Escrita.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Bálsamos é o tipo de livro capaz de tocar todas as pessoas que alcançar, leitura fácil, contagiante e cheia de esperança e transborda amor, amizade e companheirismo.
Você, nunca está só. Por mais que a solidão lhe bata à porta e lhe faça companhia muitas vezes, não se apegue a ela, nada como uma boa amizade para compartilhar nossa vida e posso dizer com certeza: existe muita gente que merece o seu carinho e cuidado. Amo de paixão muitas pessoas e não tenho dúvidas da reciprocidade..

Obrigada pela sua participação.

7 comentários:

  1. Obrigada pela entrevista. Desejo que a divulgação faça Bálsamos chegar a mais pessoas. Um forte abraço.💚

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  2. Não vejo a hora de ler ❤️ por conhecer bem a escritora tenho certeza que já é sucesso ✨

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    1. Também estou ansiosa para saber sua opinião. Você conhece as histórias de ouvir-me contar, agora estão registradas e serão eternas!♥️

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  3. Esse livro é muito apaixonante, eu dei risada, chorei e fiquei muito emocionada. Conheci momentos incríveis.

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    1. Você não sabe o quanto me deixou feliz Débora Cristina. Um dos objetivos de Bálsamos era apresentar os meus pais para netos, bisnetos etc. Obrigada 💝

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  4. Carla Oliveira06 maio, 2024 15:08

    Aguardando receber o meu ansiosa! Sucesso total poder ouvir e ler essas histórias contadas de forma tão poética é um privilégio e uma inspiração. Parabéns querida!

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    1. Tá chegando Carla! Quero muito saber a sua opinião 🌹

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