20 abril, 2024

José Roberto Mathias - Autor de: PALAVRAS DESCONEXAS EM DESCONEXO TEMPO

Como disse e como está escrito, é mais uma aventura. “Sonhar Comigo”(1986), “Ser ESSÊNCIA”(1987), “Cacos de Poesia”(1992) e “Pátria de Poetas”(1996) – essa é a minha Bibliografia. As poesias, os textos surgiram, na antiga 5ª série (1975), e vieram as poesias adolescentes.1982, ingressei nas Letras USP. 1984, tornei-me Professor de Língua Portuguesa e Literaturas. Juntei as pontas das “palavras”: escrita e ensinadas. Hoje sou aposentado, mas estou, ainda, dentro da sala de aula. Saudade pura. Acreditava que ia morrer de Tuberculose, aos vinte e um. Não aconteceu. Depois, achei que morreria com 30 ou 40, como Pessoa. Não ocorreu. Agora, quero me juntar aos oitentões Drummond e Bandeira. Portanto, ainda há lenha para queimar. Projetos? Os que surgirem...os que ainda não idealizei... Quem sabe “Contos de aulas quaisquer”? Fica dito.

Ainda estou vivendo os primeiros sessenta anos desde a data de “minha nascença”. Se foram vividos bem ou mal, não é da conta de ninguém e, talvez, nem de mim mesmo. “Viva cada momento de sua vida, como se nunca mais fosse viver um outro igual...” — dizia uma canção de minha época de Juventude. Mais tarde, encontrei um lema — “Só por hoje!” — que me acompanha há um tempo. Portanto, são as Palavras, minhas companheiras, com as quais convivi nos livros que li, nas aulas que dei, nas promessas que fiz (e não cumpri...), que me incomodaram e me levaram a mais esta aventura. Desconexas e sem Tempo definido, aqui estão. Vamos a elas e com elas!

Entrevista

Olá José Roberto. É um prazer contar com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci

Do que trata o seu Livro?
São poemas de “Vida Inteira”. Comecei a escrever por volta dos onze anos. Aos cinco, tinha decidido ser professor. Por fazer letra feia nas lições, minha mãe rasgava páginas e páginas de meus cadernos. Para treinar a letra, copiava páginas e páginas dos livros da estante. Surgiu a paixão pela Literatura. E assim foi. “Palavras Desconexas em desconexo tempo” é o registro dos primeiros 60 anos de minha vida.

Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Este é o meu quinto livro publicado pelo Mestre João Scortecci. Surgiu da minha visita ao “stand” da Scortecci na última Bienal. Recebido pelo sorriso inconfundível de João, percebemos que eu sou um dos que confiaram no Jovem João, lá no ano de 1986, na Galeria da Teodoro Sampaio. Juntei os papéis e a agenda velha e o projeto se concretiza. Meu público? Os que acreditam na poesia de um velho Professor de Língua Portuguesa. Os que gostam da poesia.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Como disse e como está escrito, é mais uma aventura. “Sonhar Comigo” (1986), “Ser ESSÊNCIA”(1987), “Cacos de Poesia”(1992) e “Pátria de Poetas”(1996) – essa é a minha Bibliografia. As poesias, os textos surgiram, na antiga 5ª série (1975), e vieram as poesias adolescentes.1982, ingressei nas Letras USP. 1984, tornei-me Professor de Língua Portuguesa e Literaturas. Juntei as pontas das “palavras”: escrita e ensinadas. Hoje sou aposentado, mas estou, ainda, dentro da sala de aula. Saudade pura. Acreditava que ia morrer de Tuberculose, aos vinte e um. Não aconteceu. Depois, achei que morreria com 30 ou 40, como Pessoa. Não ocorreu. Agora, quero me juntar aos oitentões Drummond e Bandeira. Portanto, ainda há lenha para queimar. Projetos? Os que surgirem...os que ainda não idealizei... Quem sabe “Contos de aulas quaisquer”? Fica dito.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Estou nas duas pontas: aquele que escreve e aquele que ensina a ler e a interpretar. Não dá para dizer que a culpa é dos professores que não incentivam. São tantas as culpas dos mestres, que mais uma seria “mais uma injustiça”. A realidade é essa e, infelizmente, não há o que mudar. Temos que buscar nas Tecnologias, formas de divulgação, de incentivo e de realização. Há, sim, novos escritores perdidos em nossas salas de aula. Há, sim, novos leitores que têm que surgir dentro das comunidades. Temos que trabalhar as novas gerações para que encontrem na Internet e nos livros digitais o prazer da leitura. Portanto, os computadores e os celulares têm que ser “aliados” e não inimigos. Fácil falar... difícil executar.

 Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Há quarenta anos, ingressei – por concurso público – na Câmara Municipal de São Paulo. Na época, se o Moacyr, meu pai, era Diretor, mais de trinta anos de Funcionalismo Público. Fui trabalhar no Departamento do Pessoal e lá encontrei a querida Tia Deise. Uma “mãezona”, uma mulher preta linda, que me incentivou com um recorte da Scortecci, retirado da Gazeta de Pinheiros. Incentivou-me e não se aquietou, enquanto não levei os “meus papéis” ao Mestre João.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Pergunta difícil. Há até passagem bíblica para isso. “Ninguém acende uma lamparina para colocá-la embaixo da cama...” Acredito que ninguém coloca palavras no papel para que sejam esquecidas ou rabiscadas ou, ainda, “deletadas”. “Spoiler” ... As últimas linhas do “Palavras Desconexas em desconexo tempo” parecem responder.
“[...] E se não tiver como partilhar da Fé que tenho, siga o que diz Manuel Bandeira: ‘Fecha meu livro, se por agora, não tens motivo nenhum de pranto...’
Parafraseando, eu digo: ‘Fecha meu livro, se, por algum motivo, não acreditas um pouco naquilo em que acredito’...”
Entenda como um novo convite, uma nova aventura. O livro é uma aventura que pode ser vivida sozinho ou em conjunto. Venha participar daquilo em que eu acredito. Paz!.

Obrigado pela sua participação.

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