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29 novembro, 2023

Zuleika dos Reis - Autora de: TODOS OS BICHOS SÃO IGUAIS

Paulistana, estreia na literatura com Poemas de Azul e Pedra (1984). Em 1989 publica Espelhos em Fuga, pela Editora Objetiva, em 2008, Flores do Outono (tankas) pela Editora Arte Paubrasil e em 2016, Hidra Inofensiva para Heroísmo Nenhum (contos). Participa de As Quatro Estações, haicais, (1991), da Antologia do Haicai Latino-Americano (1993), antologias publicadas pela Aliança Cultural Brasil-Japão / Massao Ohno Editor; também de Natureza – Berço do Haicai (kigologia e antologia), 1° edição em 1996, livro-referência para haicaístas, organizado por H. Masuda Goga e Teruko Oda; em 2006 obtém o primeiro lugar no 18° Encontro Nacional de Haicai e, em 2007, a quarta colocação no Concurso de Haicai do 29° Festival das Estrelas, tradicional festa japonesa que se realiza anualmente no bairro da Liberdade. Sua poesia é apresentada por Nelly Novaes Coelho no Dicionário Crítico de Escritoras Brasileiras (2002), pelo selo Escrituras. Boa parte do seu trabalho em poesia e prosa está nos sites Recanto das Letras e PALAVRAS, TODAS PALAVRAS.

Ainda que classifique este livro como de textos em prosa, nem todos obedecem a tal classificação, pois há alguns poetrix e três poemas, bem como alguns haicais. Seja como for, a absoluta maioria dos escritos é realmente em prosa: um e outro conto, crônicas, pensamentos, frases. A quase totalidade foi escrita entre 2008 e 2019, sendo o mais longo deles de 1999 e, o mais recente, de julho deste 2023. Como diz o título, este livro fala de bichos. Da espécie “homo sapiens” o olhar autoral que marca e determina, a partir da sua ótica própria (ou imprópria, que sempre particular e parcial, ainda quando se pretenda universalizante), a trajetória de cada um desses bichos a que se refere. Em resumo: este livro fala do homem, apenas, e nem poderia ser diferente.

Entrevista

Olá Zuleika. É um prazer contar com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci

Do que trata o seu Livro?
O tema central do livro, como já diz o próprio título, são os animais, em suas múltiplas naturezas, circunstâncias, dores, em funções simbólicas ou em situações do real imediato.

Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Há anos pretendia prestar uma homenagem à minha sobrinha Amanda, jovem veterinária, apaixonada por seu trabalho. O livro destina-se ao público adulto.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Durante muitos anos dei aulas de Português na Rede Municipal de Ensino, na Capital de São Paulo. Apaixonada desde sempre pela literatura, escrevi o primeiro poema aos nove anos. Publiquei o primeiro livro em 1984 “Poemas de Azul e Pedra” em edição semi-artesanal, cujo nome nem consta mais no Google, sendo que este “Todos os bichos são iguais” é o oitavo publicado, com a maioria dos textos em prosa. Em 2016 publiquei “Hidra Inofensiva para Heroísmo Nenhum”, também em prosa, mas, como nele não consta nome de Editora nem de gráfica, oficialmente não existe. Então, até aqui são, com existência oficial, seis livros, cinco de poesia. Projetos? Pretendo ainda publicar pelo menos um livro de haicais nestes quase quarenta anos de publicações que não posso chamar de carreira literária.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Uma vida difícil a do escritor de literatura, em particular a de escritor de poesia; uma vida... marginal, a não ser que se seja um autor consagrado ou algo assim, e mesmo nesses casos – como a própria pergunta já diz - livros para poucos leitores. Em um país onde a Educação e a Cultura não são prioridade, onde o número de livrarias diminui drasticamente a cada ano, onde os níveis de violência são brutais, esperar o quê? Há iniciativas heroicas nas comunidades, com a criação de pequenas bibliotecas locais, saraus para jovens partilharem poemas, coisas assim, resistências aqui e ali que nos dão alguma esperança, mas, as coisas só vão realmente mudar quando a Educação e a Cultura forem prioridade do e no país. Só então.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
A Scortecci já tem uma história há muito tempo, um trabalho amplamente divulgado pela mídia. Em termos pessoais posso dizer que resolvi publicar meus mais recentes livros pela Scortecci seguindo os passos de um grande amigo (já falecido), Jorge Lescano.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Vou iniciar uma resposta começando por reproduzir parte da nota que escrevi como preâmbulo para possíveis leitores: Da espécie “homo sapiens” o olhar que marca e determina, a partir da sua ótica própria (ou imprópria, que sempre particular e parcial, ainda quando se pretenda universalizante), a trajetória de cada um dos bichos a que se refere. Em resumo: este livro fala do homem, apenas, e nem poderia ser diferente.
Tento imaginar como seria o relato de algum desses bichos sobre os demais, se lhe fosse dado e possível escrever um livro. Fico a imaginar, sem jamais sucesso nenhum, claro”.
Em resumo: Um livro para quem ama bichos, um livro com reflexões nem sempre otimistas sobre a nossa própria trajetória humana poucas vezes tão humana quanto precisaria ser. Um livro sobre as várias espécies de dor, as várias espécies de perguntas, as várias espécies de existências e de inexistências. É isso.

Obrigado pela sua participação

4 comentários:

  1. A grande e inspirada escritora Zuleika dos Reis nos brinda , mais uma vez, com uma maravilhosa e reflexiva obra. O seu traço literário é marcante e envolvente. Mais um sucesso, com certeza!!! Parabéns!! ❤️

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  2. Parabéns querida escritora Zuleica dos Reis! Sucesso sempre.😍👏👏👏👏

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