18 junho, 2023

Marisa Biasoli - Autora de: OLHO-D'ÁGUA

Nome literário de  Marisa Rodrigues Mendes Biasoli.
É cearense de Fortaleza, onde nasceu em 1956, numa casa antiga no centro da cidade, quando ainda havia casas, árvores, vizinhos e quintais. A infância foi vivida na casa no centro da cidade, em Messejana, atualmente um bairro de Fortaleza e na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, onde maravam seus avós paternos. São desse tempo seus primeiros escritos em forma de jornais que ela reproduzia em folhas de caderno e em que contava coisas do quotidiano. Costumava subir nas velhas mangueiras do sitio em Messejana e de lá, vendo a paisagem entardecer, lia e escrevia.
Participou do Grupo Comboio Vida e Arte e publicou poemas e contos nos Jornais, O Povo e Diário do Nordeste de Fortaleza.
Publicou dois livros de Poemas: Em Silencio (1981),em parceria com a escritora Cidinha Fonseca e Noite Adentro (1983).
Está de volta em 2023 com Olho D'Água.

É o terceiro livro de poemas da autora, Marisa Biasoli. Como ela mesma diz, são poemas da maturidade, sem perder o jeito, o cheiro e o gosto da infância.
A poesia de Marisa Biasoli é feita de recordações, de vida em estado de fruição, de molduras com retratos, paisagens e instantes que são de qualquer tempo inesquecível. No correr das lembranças, o agora duradouro de seus versos vivifica revelações reais, fantasiosas e imaginativas como toda atividade embalada por ressoante memória afetiva. São reminiscências que atravessam a cozinha da avó, seus ensinamentos, e abraçam a infância jogando dente de leite no telhado de casa. Na vida urbana, meninas e meninos são literalmente vistos nos poemas de Marisa Biasoli como bandos de saguis a correr por fios nas ruas da cidade com pedaços de frutas nas mãos. Há sempre uma ideia de liberdade nas palavras que dão significado a essa rica coleção de imagens que não se perderam no tempo. Tudo embalado pela fragrância de lavanda e outras almas florais. A poeta olha para dentro de si, onde habita a mocinha que sempre acreditou no encanto do nome do amor revelado na faca enfiada em tronco de bananeira nas noites de São João e outras verdades imperfeitas. A recorrência à infância transita ao lado das esperas da mulher madura e suas multiplicidades, segurando a mão dos seres divinos e dos ancestrais amados.
Flávio Paiva - jornalista e escritor

Entrevista

Olá Marisa. É um prazer contar com a sua participação na Revista do Livro da Scortecci

Do que trata o seu Livro? 
“Olho D'Água“ é um livro de poemas, que trata de memórias da infância e reflexões da maturidade.

Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Depois de 40 anos do lançamento do meu último livro solo de poemas, achei que estava na hora de voltar a mostrar meu trabalho. Na verdade, nesse intervalo de tempo, não deixei de escrever e essa atividade foi intensificada no período da pandemia. “Olho D'Água” se destina à todas as pessoas que gostem de poesia, sem distinção. 

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Comecei a escrever muito cedo, praticamente quando me alfabetizei. Escrevia contos e um pequeno jornal que reproduzia em papel carbono, com as notícias cotidianas, distribuído entre as pessoas da família. Participei de grupo literário e publiquei poemas e contos nos jornais O Povo e Diário do Nordeste. Em 1981, lancei em parceria com a amiga e escritora, Cidinha Fonseca, o livro de poemas “Em Silencio” e em 1983, foi a vez do primeiro livro solo “Noite Adentro”. Depois de 40 longos anos, volto agora em 2023, com o livro “Olho D'Água”. Escrever para mim é exercício diário e espero estar publicando muito em breve novamente. 

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada? 
Acho que poucos escritores conseguem viver exclusivamente de literatura no Brasil, são muito raros mesmo os que conseguem. Considero oportunas e louváveis as iniciativas de levar a leitura e o contato com os livros, a públicos que comumente não têm acesso à livrarias ou bibliotecas.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Conheci a Scortecci Editora em 1983, quando tinha acabado de escrever, meu livro de poemas ”Noite Adentro”. Estive na editora nessa ocasião e prometi a João Scortecci, a quem conheço desde a infância, que meu próximo livro seria feito pela Scortecci. Assim, aqui estou cumprindo a promessa que fiz há 40 anos.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Sou suspeita para falar de “Olho D’Agua”, mas fico muito feliz em tê-lo escrito e ver que é um livro leve e gostoso de ler, mesmo para aqueles não tão familiarizados com a poesia. Fico muito feliz, quando alguém vem me dizer que algum poema parece que foi escrito para ele ou ela.

Obrigado pela sua participação.




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