14 novembro, 2018

Entrevista com Tiê da Mata - Autor de: GUAPORÉ

Nome literário de Eurico Cabral de Oliveira Filho.
Foi um moleque magrelo, franzino e asmático que perambulava pelos rios e matas do interior de S. Paulo interessado em todo tipo de bichos e plantas. Formou-se em História Natural e dedicou sua vida ao estudo das algas marinhas. Aposentado, tenta não incomodar os parentes e aspira se tornar um cidadão sustentável, embora saiba que isso é impossível. Gosta de botânica, mergulhar, descer rios em canoas a remos e literatura.




O cenário é a barranca do rio Guaporé, fronteira com a Bolívia, local ermo, onde “um homem pode virar bicho”, disse uma vez, Tião, personagem principal. A estória, baseada em fatos reais, é contada por um naturalista que desceu o rio Guaporé em uma canoa a remo. Trata dos conflitos e sensação de culpa de um pai que comete incesto com a filha após ser abandonado pela mulher. A prosa, em linguagem quase poética, descreve a visão de um naturalista sobre o rio, sua paixão por canoagem, as estórias que ouviu em sua viagem solitária e seus próprios conflitos.


Olá Eurico. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Paisagens de uma viagem de canoa ao longo do rio Guaporé incluindo o mistério de um incesto e o tormento de um pai, retirante miserável, escravizado a vida toda que, de repente, como um rio espremido pelas margens extravasa em acesso de fúria. A novela, baseada em fatos reais vividos por um dos personagens, é narrada ora por antigo companheiro de infortúnio, ora por um canoeiro que passou pelo local dos acontecimentos.
O autor tem perfil talhado para tratar da temática do livro: formado em História Natural, apaixonado por canoagem, percorreu vários rios do Brasil em canoas a remo. Novela à moda antiga para ser apreciada por pessoas comuns que gostam de paisagens naturais e leem por diletantismo. O autor procura envolver o leitor com um enredo simples permeado por informações sobre a vida em contato com a natureza, em linguajar poético, rico em detalhes do quotidiano da expedição de um canoeiro no rio Guaporé,fronteira da Bolívia. Relata personagens que conheceu, estórias que ouviu, enquanto filosofa sobre sua vida em busca de seu eu, trazendo evocações líricas da vida de pessoas simples que sabemos que existem mas das quais não nos damos conta.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Escrevi livros técnico de relativo sucesso publicados no Brasil e no exterior, um deles na Suécia (em inglês, of course). De ficção um livro de contos (custeado por mim) e um com relatos de expedições em canoas. Tive contos e crônicas premiados pela APL. Dependendo da acolhida de “Guaporé” trabalharei em outras obras de ficção que estão na gaveta.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
O problema não é escrever, mas encontrar leitores. Um escritor desconhecido e sem um padrinho não tem a mínima chance de encontrar uma editora, a não ser custeando a publicação, o que é caro. Fica o autor com o dilema – arcar integralmente com os custos e presentear a obra ou passar pelo dissabor de convencer amigos e parentes a pagar o custo da edição.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Por uma amiga.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Acho que pode agradar alguns leitores de espírito aventureiro e que valorizam a vida em isolamento do tumulto urbano, entendem a história natural das paisagens fluviais, conversam com as plantas. É baseado em experiências reais em uma expedição solitária em canoa a remo, e foi escrito com o intuito de compartilhar vivências. 
Ficarei feliz em ouvir comentários, críticas e sugestões.

Obrigado pela sua participação.

Um comentário:

  1. Miguel Trefaut Rodrigues08 abril, 2023 05:24

    Excelente, criativo e verdadeiro. Retrata muito bem a realidade dura da vida das pessoas que atravessam o país em busca de seguir vivendo. Parabens

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