06 outubro, 2018

Entrevista com Natan Ferreira - Autor de: O ANDARILHO E OUTRAS COISAS

Nome literário de Natanael Alves Ferreira.
É goiano da cidade de Formosa, radicado em Brasília-DF. Radialista por paixão. Advogado. Sempre gostou de olhar o mundo num silêncio muito particular, e agora resolveu colocar suas observações no caminho, com humor, sensibilidade e de um jeito todo simples.





Uma coletânea com 22 contos e crônicas. Um ladrão de flor, uma princesa, uma velha que insistia em não morrer, uma amante involuntária, um andarilho... Personagens de histórias que acontecem todo dia por aí, mas que nem sempre são percebidas, até que com bom humor e sensibilidade alguém resolve contar. Entre no caminho e veja a si mesmo nas coisas que Natan Ferreira quer te contar. O Andarilho e Outras Coisas é um bate-papo leve e divertido, e até emocionante, exatamente como uma conversa entre amigos.



Olá Natanael. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
O Andarilho e Outras Coisas é um apanhado de contos e crônicas que escrevi ao longo de anos. Coisas que guardava comigo. Histórias inspiradas em cenas do cotidiano, de família, presenciadas ou só imaginadas, salpicadas com ficção e humor às vezes, outras com sensibilidade e emoção.
Coisas que escrevi inspirado na forma simples e ao mesmo tempo tão rica de contar fatos do cotidiano de escritores como Moacyr Scliar, Stanislaw Ponte Preta, Luiz Fernando Veríssimo e até Cora Coralina (que descobri como contista há pouco tempo). Acho fantástico esse dom ou talento de tomar um simples fato e prender a atenção de alguém contando isso de um jeito envolvente, pitoresco e humorado. Esses “caras” e tantos outros são minha referência.
Escrever é uma coisa, mostrar e se entregar à crítica é outra. Então depois de revisitar esses escritos inúmeras vezes, me atrevi a compartilha-los. Foi um desafio pessoal romper a insegurança de entrar nesse mundo tão especial da literatura e tentar fazer alguém rir ou se sensibilizar com o que lê. Quando percebi que podia fazer isso, me permiti mostrar essas minhas coisas.
A recepção tem sido boa, não escolhi um público específico, creio que jovens e adultos são os que melhor podem perceber as nuances do que escrevo, mas crianças têm sido atraídas pelo livro. Creio que as ilustrações do Wendell Rodrigues, um amigo de longa data e desenhista talentoso, contribuem para que o livro seja atraente no formato. Espero que o conteúdo esteja tão bom quanto as ilustrações (risos).

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Sou radialista por paixão. Acho o rádio, assim como o livro, um desses instrumentos fantásticos que o ser humano criou e pelo qual pessoas que se quer se conhecem conseguem se conectar num nível profundo de emoção. Minha formação acadêmica é em Direito, o que trouxe elementos bastante humanistas à minha visão de mundo e que creio ter incorporado a meu texto.
Nesse caminho pessoal e profissional trilhado então, a palavra sempre esteve presente em minha vida. Escrever sempre foi algo presente e latente. Mais que uma vontade, sempre foi um chamado. Quando menos se espera vem aquela comichão, uma inspiração qualquer que não te deixa até que o sentimento seja canalizado em um texto. Depois é o esforço de refinar o escrito. Mas a inspiração é algo muito particular de cada um, pra mim vem de forma muito intuitiva.
Escrevo sempre. Depois que publiquei O Andarilho, passei a escrever com outro foco, com um compromisso maior. Sem, no entanto, perder aquela certa ingenuidade que te leva a seguir o rastro de inspiração como se fosse uma paixão juvenil. Depois me permito a autocrítica, claro, mas o movimento inicial, pra mim, deve ser livre e espontâneo, pra se revelar mais autêntico. Com isso, espero ter outras oportunidades de continuar escrevendo essas coisas que me tocam e poder mostra-las.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
O Andarilho é fruto de um esforço financeiro absolutamente pessoal. Isso deixou bem evidente as dificuldades que a publicação de uma obra traz e que não se encerram na edição. O processo de venda, a formação de um preço que te permita ver o livro no maior número de mãos possíveis, mas que traga um retorno mínimo até para reinvestir na obra, as restrições impostas por livrarias, etc. são fatores que evidenciam um cenário excludente. Muitos autores não conseguem ter seu livro materializado.
Além disso, ler não é um grande hábito do brasileiro. O universo literário tem que oferecer atrativos que vão além do conteúdo da obra, tornando o livro um produto de marketing, muitas vezes. São variáveis que tornam a vida do escritor não muito fácil e, lamentavelmente, prejudicam o fomento da literatura.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Na busca por uma editora que oferecesse um serviço sério e um preço justo, um amigo me indicou a Scortecci. Já no primeiro contato percebi o profissionalismo da empresa. Apesar de estar fazendo uma publicação independente, queria que o resultado final tivesse o máximo de qualidade de formatação, edição e impressão. A Scortecci me transmitiu confiança de que, pela forma, o livro não seria visto como uma simples aventura. Gostei bastante do resultado.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
O Andarilho e Outras Coisas tem seu foco no ser humano e nas melhores coisas que o ser humano pode oferecer. Faz rir, mas faz pensar e, me atrevo a dizer, até se emocionar. São histórias que qualquer um poderia viver ou presenciar, isso traz o leitor para dentro de cada coisa contada, vendo a si mesmo ou a uma cena familiar. Gosto muito disso, dessa proximidade com o leitor, o que faz da leitura quase um bate-papo.
O convite que faço então é esse: deixa te contar umas coisas. E desde já, obrigado pela conversa.

Obrigado pela sua participação.

8 comentários:

  1. Li o Andarilho com tanta leveza... Deixou aquele gostinho de "quero mais". Prossiga, Natan. Fácil não é, mas cada passo percorrido nessa trilha merece ser celebrado.

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  2. Livro muito bom... boa leitura com doses de humor e sensibilidade. Parabéns ao autor de O Andarilho...

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  3. Amei o livro. Me fez reviver lembranças da nossa infância! Parabéns meu amigo

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  4. Lí todo o livro no dia seguinte ao seu lançamento. Uma leitura muito agradável que nos chama a atenção para as coisas simples e cotidianas da vida.
    No momento, estou no aguardo do segundo volume. Rsrs

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