Nome literário de Joéliton Sueldo Cavalcante Araújo (15/09/1975, Campina Grande - PB) é licenciado em Letras/Português (UEPB), pós-graduado em Docência na Educação Superior (Claretiano – Centro Universitário - SP), com experiência de pesquisa transdisciplinar, elaboração de material didático na Educação de Jovens e Adultos e produção poética. Também autor do livro Português, neoportuguês brasileiro e relações socioculturais (Scortecci, 2017), par dialético deste Mundo literário e relações socioculturais.
Configurando análises e modelos inovadores e partindo de uma visão ampla do(s) idioma(s) e dos atos de falar, ler e escrever, este livro aprofunda certos elementos de semântica, pragmática, sintaxe, lexicologia, morfologia e fonologia.
O leitor encontra discussões sobre a autonomia do vernáculo brasileiro, fundamentos da elaboração de textos, caracterização do artigo de opinião objetiva, retextualização resultando em carta de leitor, adjetivo e adjetivação em geral e em contos tradicionais, aplicabilidade dos estudos semânticos e pragmáticos, clivagem em geral e em textos jornalísticos e de entretenimento, versatilidade de partículas como o até, atualidade das frases de sabedoria em geral e de base latina, formulação de sequência didática, relação entre textualidade e coerência.
Espera-se que a obra sirva a estudantes, professores e outros profissionais que utilizam a língua(gem) nas suas atividades e a todas as pessoas que buscam compreender melhor os textos circulantes em variados domínios discursivos, processo que conduz essas pessoas à expansão de sua capacidade crítica e criativa.
Esta obra busca análises e modelos inovadores para os estudos literários e socioculturais, estabelecendo conceitos (como sociolúdico, resistência sociolúdica, alea semântica) e revendo outros (como antropofagia cultural, estratégia lúdico-textual, pastiche, estética da teatralidade, configuração do feminino, representação da homoafetividade, contexto, cânone literário).
O leitor encontra discussões acerca de textos literários de autores nacionais (Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado, Lygia Fagundes Telles, Caio Fernando Abreu) e estrangeiros (Florbela Espanca, Walt Whitman), além da menção a tantos outros – artistas ou não – que participam do banquete, como Mikhail Bakhtin, William Shakespeare, Augusto dos Anjos, Chico Buarque, José Craveirinha, Natsume Soseki. O capítulo final sintetiza a didática literária utilizável em toda análise literária e sócio/intercultural, escapando da crítica estritamente formalista, bem como da acentuadamente sociológica.
Deseja-se que a obra sirva tanto a estudantes, professores e profissionais que utilizam a leitura literária nas suas atividades, quanto a todas as pessoas que pretendem compreender melhor textos altamente polissêmicos, processo que tende a elevá-las em termos de criatividade e criticidade.
Olá Joéliton. É um
prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da
Scortecci do Portal do Escritor.
Do
que trata o seus Livros? Como surgiu a ideia de escrevê-los e qual o público que
se destina suas obras?
O livro Português, neoportuguês brasileiro e relações
socioculturais trata do entendimento de assuntos linguísticos,
sociolinguísticos e socioculturais, a partir de análises e modelos em torno da
diversidade textual e do inter-relacionamento de sistemas idiomáticos
mutuamente implicados, sobretudo dois: o que pode ser denominado Português
Internacional Comum (mais evidenciado em termos de Acordo Ortográfico) e o que
pode ser chamado de Neoportuguês Brasileiro (tanto nas variedades propriamente
vernaculares – ou seja, aquelas usadas espontaneamente pela maioria dos
brasileiros, ou pela maioria dos habitantes de acordo com a região –, quanto
nas variedades formais, tão cobradas em espaços institucionais e concursos para
o serviço público no país).
A obra surgiu, por um lado, da ideia de revisar e reunir
trabalhos meus que foram mais bem recebidos entre docentes e discentes do
setor linguístico na Licenciatura em Letras/Português, e, por outro lado, da
ideia de difundir as tendências transdisciplinares desses trabalhos e o próprio
termo Neoportuguês Brasileiro. Assim, os capítulos se destinam a estudantes,
professores e outros profissionais que utilizam aqueles sistemas idiomáticos
nas suas atividades, mas também a todas as pessoas que buscam compreender
melhor os textos circulantes em variados domínios discursivos.
O livro Mundo literário e relações socioculturais trata do entendimento de assuntos literários e socioculturais, a partir de análises e modelos em torno da diversidade de gêneros literários e de autores nacionais (Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado, Lygia Fagundes Telles, Caio Fernando Abreu) e estrangeiros (Florbela Espanca, Walt Whitman).
A obra surgiu, por um lado, da ideia de revisar e reunir trabalhos meus que foram mais bem recebidos entre docentes e discentes do setor literário na Licenciatura em Letras/Português, e, por outro lado, da ideia de difundir as tendências transdisciplinares desses trabalhos e as próprias obras analisadas. Assim, os capítulos se destinam a estudantes, professores e outros profissionais que utilizam a leitura literária nas suas atividades, mas também a todas as pessoas que buscam compreender melhor textos altamente polissêmicos.
Fale de você e de seus projetos no
mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de
plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Tenho uma vaga lembrança de na infância ter plantado uns
caroços de feijão no quintal dos meus avós maternos, mas acho que isso não
conta como árvore; e não tenho, pelo menos até o momento desta entrevista,
filho biológico. Então, escrever livro acabou acumulando funções, algo como
plantar uma obra e ter um filho do intelecto. Antes da graduação, eu só
havia publicado alguns textos em antologias, quer dizer, poemas que já integram
uma obra que vislumbro algo complexa e que há de ser publicada. Mas sempre
estou atento a implicações linguísticas e transdisciplinares dos textos que
escrevo. Na graduação e na especialização superior, tive de lidar com questões
linguísticas, literárias, educacionais e filosóficas, dentre outras.
Aliás, o livro que aqui destacamos na entrevista foi
publicado quase ao mesmo tempo que outro de minha autoria (Mundo literário e
relações socioculturais), que considero par dialético daquele. Outras obras
devem vir nos próximos anos, com base na minha formação e em diretrizes
transdisciplinares, porém não sei se muitas, pois costumo ser exigente com a
qualidade dos textos e com a concepção geral que os une.
O que você acha da vida de escritor em
um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Já se disse que, com o advento da Internet, passamos a ter
mais escritores que leitores, excetuando-se, claro, os leitores das próprias
obras. Como a diversidade de gêneros textuais é imensa, sempre teremos
leitores, por mais precários que estejam em termos de compreensão, reformulação
e crítica. Se estivermos falando de leitores capazes de dialogar com e a partir
de obras intelectual ou artisticamente mais complexas, então o número parece
ser reduzido mesmo.
Mais sério que o problema da quantidade fica sendo o da
valorização por quem poderia valorizar e não o faz. A vida do escritor em um
país – aqui não adentrando em questões como sobrevivência e direitos autorais
–, fica adversa nem tanto pelo número reduzido de leitores, mas quando até
mesmo esse número reduzido não tem condições intelectuais para proceder à justa
valorização das obras, principalmente por lacunas na formação educacional e/ou
profissional, sem falar em certos arranjos mercadológicos excludentes.
Como
você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Ocorre que grupos editoriais como o Scortecci vem
valorizando a leitura e apoiando os autores por meio de variadas estratégias,
inclusive pela organização de antologias, e assim cheguei a participar de duas
delas no início do século XXI: a do primeiro concurso da Livraria Asabeça (que
descobri navegando na Internet) e a Livre Pensador (que me foi ofertada por
e-mail pela editora).
O seu
livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Português, neoportuguês brasileiro e relações socioculturais
Como disse o filósofo Schopenhauer, todo professor
acredita ser sua vocação constituir a ciência que ainda está faltando. De
qualquer modo, acredito que algumas passagens demonstram certa originalidade,
como o conceito de formação de bloco enunciativo por meio da adjetivação
(Capítulo 5), o conceito de clivagem bidirecional (Capítulo 7), a revisão do
gênero frase de sabedoria (Capítulo 9), os fundamentos de uma Sequência
Didática Integradora (Capítulo 10), o estabelecimento de uma Ficha de
Textualidade em função da coerência em sentido amplo (Anexo).
Aproveito para advertir que, em matéria de estudos de
língua(gem), embora a base tenha passado a ser as ciências das linguagens e as
pesquisas transdisciplinares, não devemos esquecer que certos gramáticos
tradicionais foram importantes para o início da problematização de várias
questões linguageiras e mesmo para o incentivo à leitura.
Mundo literário e relações socioculturais
Nesse outro livro, algumas passagens também demonstram certa originalidade, como nas que estabelecem os conceitos de sociolúdico, resistência sociolúdica e alea semântica (Capítulo 2); e nas que procedem a revisões dos conceitos de antropofagia cultural, estratégia lúdico-textual, pastiche, estética da teatralidade, configuração do feminino, representação da homoafetividade, contexto, cânone literário.
Aproveito para advertir que, em matéria de estudos literários, embora a base tenha passado a ser as análises dialéticas e as pesquisas transdisciplinares – abrindo o leque para literatos de classes socioeconômicas menos favorecidas –, não devemos esquecer que muitos autores ditos canônicos ou tradicionais, além de sua qualidade artístico-discursiva, foram importantes para o início da problematização de várias questões estéticas e de outras dimensões. Direta ou indiretamente, o cânone literário continua incentivando a leitura pelo mundo.
Obrigado
pela sua participação.
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