Nasceu em 1938, em Campinas, SP. Exerceu o jornalismo em São Paulo, Brasilia, Goiânia e Rio de Janeiro. Publicou Blindagem de Miosótis (contos - 1977), Ei, amor, você também ama a realidade, não ama? (romance - 1983), Síndrome de Anil (romance - 1999), Filosofia sem medo (ensaio - 2000), A saga de Nimuendaju (rapsódia - 2005) e Banal-idade (contos, 2014).
O autor classificou este livro como uma dança de etiqueta com a morte, uma arte com raízes na Idade Média que, na língua portuguesa, culminou num auto de Gil Vicente e, mais recentemente, nos Estados Unidos, num livro muito famoso de Kurt Vonnegut, Matadouro 5. O bailado em questão tem origem em 1572, documentado pelo astrônomo Tyco Brahé, que descreveu o pavoroso suceder de uma super nova. Prossegue na narração que Machado de Assis faz do fim de Humanitas, no romance Quincas Borba. Apagadas as luzes, surgem farelos do sistema de sombras grotescas e trágicas, indicadas por Guimarães Rosa in um moço muito branco, em 1962. Todos englobados na mesma dança macabra na qual somente o astronauta imagina a imortalidade, conquistada parsec por parsec, mas sem obter informação. Livro impressionante e eficiente sobre a sobrevivência humana no cosmo, ornamentada com exemplar único de metempsicose filosóficas canina.
Olá Jaime. É um
prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da
Scortecci do Portal do Escritor.
Do
que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que
se destina sua obra?
Simples entretenimento, artesanato semelhante a tricô ou
crochê, em que o entrelaçamento de um fio concretiza trançado lembrando malha
rendada, o livro partilha o evento resultante com outros tecelões de fios ou
palavras, mas perde significado quando menospreza seu primitivo sentido lúdico.
Contraponto da existência social, antípoda da militância profissional,
revela-se artefato talvez destinado a hipotético a quem interessar possa.
Fale de você e de seus projetos no
mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de
plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Tal qual o viver, o livro é único, com muitas partes e versões,
desafio ao conceito de totalidade e, portanto, de qualquer projeto, ou seja, de
um destino. Tal filho ou árvore plantada, inunda o momento com a ilusão de
estimativa de ato criador sempre contrariado pela falta de evidência de sua
existência.
O que você acha da vida de escritor em
um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
O escritor é homem sem profissão que tem de trabalhar para
sobreviver. Uma contradição em termos.
Como
você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Rumores aqui e ali.
Rumores aqui e ali.
O seu
livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Merecimento no igualitarismo é possível? Se impossível
então devo desconsiderar qualquer ilusão de justiça, direitos, recompensas ou
compensações e dessa maneira passo a entender que o livro seja sustentado a leite de pato.
Obrigado
pela sua participação.
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