29 dezembro, 2017

Entrevista com Rosimere Magg - Autora de: UM REI MUITO ESPECIAL

Rosimere Magg
É Licenciada em Letras pela UFRJ e Bacharel em Direito, com pós-graduação em Planejamento e Técnicas de Ensino e em Direito Público e Privado. Fez carreira como Professora do Serviço Público do Estado do RJ, onde lecionou Português/Literaturas. Atuando, também, como Juíza leiga do TJ/RJ e conferencista. Como escritora, já conquistou prêmios em concursos literários de poesias e contos.



Era uma vez um menino chamado Davi. Ele era filho do rei do Reino dos Pássaros e tinha um irmão gêmeo chamado Jônatas. Davi nasceu deficiente, para se locomover dependia do auxílio de uma cadeira de rodas. O que muito incomodava a todos que o viam, já que era um príncipe. E como sempre se acreditou, os príncipes são perfeitos, encantados e encantadores. Mas Davi não era.
Convencido pelos Conselheiros do gabinete real, o rei, embora triste, mas acreditando que era o melhor para o seu filho e para o reino, abrigou Davi na torre do palácio. Local de onde não mais sairia, nem para ir à escola com o seu irmão Jônatas.
A torre era muito, muito alta, tão alta que alcançava o céu dos passarinhos. O que ninguém sabia é que lá ficava o Reino do Faz de Conta. Mas Davi não ficou sozinho, pois ali encontrou um grande amigo, o pardalzinho Simão. No Reino do faz de Conta, juntos, Davi e Simão, viveram uma grande aventura. E Davi se tornou Um Rei Muito Especial.

Olá Rosimere. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
O livro conta a história de uma criança que, como tantas outras, nasceu deficiente e que, em razão de sua deficiência, viu-se excluída do convívio de sua família e dos amigos. Ambientada no faz de conta, a obra destina-se ao público infantil.
A ideia de escrevê-lo surgiu quando cursava pós-graduação em Direito. Durante um debate sobre garantias constitucionais pude perceber que as questões envolvendo pessoas com deficiência ainda eram pouco debatidas no meio escolar e acadêmico, permanecendo como uma bandeira de luta exclusiva das pessoas com deficiência e ou de seus familiares.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Desde muito jovem sou viciada em ler e escrever. Aos 22 anos ingressei na faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o que me oportunizou participar de laboratórios de criação literária e aprender um pouco da arte de escrever. Ao longo dos anos, escrevi alguns poemas e contos, os quais foram premiados em concursos literários, o que serviu de incentivo para produzir outros textos. Contudo, tenho consciência de que nem tudo que se escreve é obra literária. Espero que esse livro seja o primeiro de muitos, pois já tenho outros projetos em mente, no entanto, sei que pode terminar apenas como um sonho realizado.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Viver da arte de escrever em um país de poucos leitores e em que a leitura é pouco valorizada não pode ser fácil. Poucos são os escritores brasileiros que podem viver exclusivamente dessa arte, sabendo-se, inclusive, que muitos sobrevivem de uma literatura estritamente comercial, cujas obras são produzidas por encomenda. Assim, viver da arte de escrever não é diferente do que ocorre com os artistas das mais diversas formas de arte, isto é, nem sempre os que alcançam notoriedade são os melhores. Não há uma lógica de que o melhores sempre vencerão, pois é o mercado que sempre dita a regra.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Conheci o trabalho da Scortecci através de um concurso literário que participei. A partir daí passei a receber informações sobre a editora e os projetos por ela desenvolvido.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Acredito que todo escritor deseja ver a sua obra na mão de muitos leitores, e comigo não é diferente. No entanto, tratando-se de uma obra infantil, serão dos pais e dos professores a decisão de levá-la, ou não, aos menores. Assim, como mãe e educadora, deixo aqui o meu convite para que abracem a obra como uma oportunidade de contribuição na formação de uma cidadania consciente, em contraponto ao que tem sido oferecido aos nossos pequenos pelos diferentes meios de comunicação.

Obrigado pela sua participação.

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