23 julho, 2017

Entrevista com Flávio Spina - Autor de: CRISTOBALDO NO PAÍS DE CÁ

Flávio Spina
De ascendência italiana,  nasceu em 5 de maio de 1931 em Jundiaí, São Paulo. Estudou em escolas do município de Santos, onde atualmente reside, graduando-se em Contabilidade pelo Liceu São Paulo da cidade. Como se percebe, não muito cedo ingressou, em 2011, na literatura como poeta e agora, pela segunda vez, com este seu livro, no gênero de ficção, tendo antes escrito alguns esparsos contos  com  lauréis. Ao falar de si, o escritor sempre exagera na entoação da prosódia, então detenhamo-nos num trecho fragmentado do projeto de Cristobaldo Aguirra – personagem maior deste livro – quando assim, lá pelas tantas, se expressou: Eu me vi então andando no comum dos habitantes, norte e sul por essa terra conjuntada em quatro cantos. E tão grande era o país com governos nos quadrantes – quatro ases competindo nas funções e nos deveres, sobre tudo, sobre todos, sobre cada citadino como outrora não se via: quando dantes na porfia só reinava a soberbia por ser uno o governante: sem vogal itinerante era um deus  que  não  se  via!.

Enfoca a diversidade das etapas do ativismo político da corrupção e desmando do País de Cá, concitando a heroica oposição liderada por Cristobaldo Aguirra no decurso de 2021 a 2091, como protagonista carismático para a proposição de uma história marcante, findada em 2112, compartilhada com amigos patriotas na temática do soerguimento do país. No enredamento dos personagens, por excelência mulheres transmutando amores, qualidades e fraquezas, atrela-se à narrativa a presciência do mundo cósmico projetado em ficção. 


Olá Flávio. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Sumariamente, “Cristobaldo no País de Cá” lista a temática do drama e do romance na visão de um onírico futuro. No dramático, uma hecatombe cíclica, um Estado monárquico, protestos de ruas e uma experiência quântica malformada na Terra, com surpreendente resultado de abalizamento no plano espacial. O romanceio está sutilmente estivado na passionalidade de alguns personagens, como elo de força e luz para a sublimação da história. Assim nasceu o livro como todos nascem: na primária inspiração do tema. Por específico, embornala-se nele a disposição de deplorar e banir do Estado o deboche, a bandidagem e a corrupção das gangues político-sectárias que, por tabela, espelham o descalabro de insidiar assaltos, estupros, latrocínios e toda a sorte de terror que eleva o país na esbórnia e impunidade. Assim, gota a gota, os capítulos se encadearam na altura de uma lexicologia mediando o bom entendimento do público e, sem muito roubar do estilo clássico formal.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Considero-me pleno e contente por ter plantado árvores, escrito livros e possuir filhos. E livros, são por esta a segunda vez somente, quando, pela primeira foi editado “Sem Verecúndia de Contar” – poesias & contos pela editora Porto de Ideias. Basicamente levado pelo avançar da idade, repriso-me pleno e contente pela sorte de poder fechar um curto ciclo literário sem o precedente de maiores projetos ou, quando, os meus sonhos, humildes e castos, já se exultam todos realizados, sem a obviedade de contrastar-me a outros não sonhados!

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Sabemos por estatística que mirrados 30% da população brasileira tem o hábito de ler. Ou, por melhor, 70% sem o estímulo para comprar livros, em razão de não se juntar às escolas e instituições acadêmicas, entidades seletivas para a divulgação de obras com expressivos conteúdos: ideias, imagens ou algo teórico como novidade literária e veículo de instrução.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Foi através de alguns prospectos trazidos da Bienal do Livro, por minha filha Clarice. Ademais, como ela é a minha particularizada como representante e “marchand”, presumo acertada a decisão por ela tomada em contratar a Scortecci, após a acareação dos serviços orçados pela editora.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
No bojo de uma narrativa fluente, transcende-se no meu livro a expectativa de ser lido sim, porque ele instiga a conscientização da comunidade ao exercício da análise lógica, como contribuinte-crítico para enfrentamento dos deslizes e dos desmandos corporativos, da inépcia e da corrupção de um governo. Por conclusão rasa o livro a legalidade da revolta e do clamor das ruas, consubstanciando que o poder de governabilidade de uma nação em regime democrático é dado direto ou indiretamente pelo povo. E, quando ou quanto é a isso conscientizado, tornar-se-á o povo um bastião da ordem – fiscaliza, incrimina ou descrimina com o arbítrio de melhor juízo, o Estado e o comando do seu país. É a lógica (sem ficção).


Obrigado pela sua participação.

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