Nome literário de José Antonio Burato.
Graduado em Filosofia pela Universidade Metodista de São Paulo – UMESP e Mestre em Gestão de Políticas e Organizações Públicas pe la Escola Paulista de Política, Economia e Negócios da Universidade Federal de São Paulo – EPPEN-UNIFESP. Ex-Sargento da Polícia Militar do Estado de São Paulo, participou da formação da Guarda Civil Municipal de São Bernardo do Campo, onde foi um dos responsáveis pelo inicio do movimento por melhores condições de trabalho e contra o assédio moral na instituição, em meados de 2004. Tem questionado e denunciado o caráter militar instituído em quase todas as Guardas Municipais do país. Como palestrante, aborda temas como a violência policial e a municipalização da segurança pública.
Baseado na teoria da ideologia de Louis Althusser e nos princípios da institucionalização de comportamentos, o autor busca refletir acerca das causas da violência policial militar no Brasil e em possíveis soluções. Atualmente a desmilitarização da polícia tem sido apresentada como medida necessária para se resolver o problema da violência policial, o que é questionado pelo autor, que julga que esta é uma das providências necessárias para adequar o sistema de segurança pública ao Estado Democrático de Direito, mas insuficiente para conter a violência policial.
Olá José Antonio. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.
Do
que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que
se destina sua obra?
O livro trata da questão da violência institucionalizada
nas policiais brasileiras, especialmente as Polícias Militares.
A ideia surgiu de uma necessidade pessoal (sou ex-policial
militar) de encontrar respostas satisfatórias que pudessem revelar e explicar o
processo de transformação de um ser humano ao ingressar nas fileiras policiais,
e que muitas vezes o conduz a comportamentos violentos. A obra se destina ao
publico em geral, visto que trata de um tema que é e sempre será grave e atual,
e que altera totalmente a segurança e a tranquilidade social.
Fale de você e de seus projetos no
mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de
plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Gosto de escrever. Já havia publicado outro livro em
coautoria com um amigo, na própria Scortecci (Segurança Pública como projeto
socioeducacional - 2011). Desejo escrever ainda sobre problemas de
relacionamento humano, especialmente sobre a relação de casais, onde pretendo
abordar a tendência humana à propriedade privada das coisas (no caso
propriedade privada do outro), como a maior responsável pelas tragédias
emocionais e crimes passionais. Acredito que toda experiência humana é
relevante e serve como tema para reflexões e base para outras experiências,
para as transformações que se fizerem necessárias na vida.
O que você acha da vida de escritor
em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Depende do objetivo do escritor. Penso que se o escritor
tem por objetivo a mera comercialização de suas obras, pode passar por muitas
dificuldades, mas se é movido pelo prazer de escrever, de criar e ou pela
ideologia, saberá que em um país como o Brasil, pelas características que você
aludiu, necessitamos muito mais de escritores comprometidos com a transformação
social que seja capaz, inclusive, de mudar esse triste quadro.
Como
você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Já publiquei na Scortecci, como disse anteriormente.
O
seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus
leitores?
Se a questão da violência policial e
temas como a desmilitarização das polícias interessam ou preocupam as pessoas,
recomendo que elas leiam meu livro, pois ele pode contribuir com as discussões
que ora ocorrem no país sobre as necessárias mudanças no sistema de segurança
pública. Se o tema incomoda os policiais, recomendo que eles reflitam sobre o
conteúdo do livro, conhecendo os elementos que influenciam seus comportamentos.
Enfim, a mensagem que deixo é que as mudanças que acreditamos necessárias ao
mundo só serão utopias se nada fizermos, se julgarmos que são impossíveis, se
nos entregarmos cegamente à ideologia dominante que nos força constantemente a
viver na caverna escura da submissão.
Obrigado pela sua participação.
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