Doutora em Tecnologias da Inteligência e Design Digital pela PUC SP, é professora de literatura brasileira e coordenadora do curso de Letras da Universidade Paulista. Pesquisa Cinema, literatura e psicanálise. Publicou também: Um caso de modernidade: Junqueira Freire e William Wordsworth, pela Apg-Puc, 1993. Uma estrutura: a perversão, Cespuc, 1995. Teciduras: onde a rosa tem espinho, pela Apg-Puc, 1997. Psicanálise e cinema, 2a edição Scortecci, 2012. A menina de Lacan: um conto Rosa, 1a edição Cespuc, 1996; 2a edição Scortecci, 2006. Escreve regularmente na Revista Educação em movimento, do Forum Oeste de Educação Inclusiva-FOEI
A obra coloca em destaque o percurso da literatura brasileira considerando escrituras, principalmente, a partir do século XIX, de caráter de invenção, como as Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, analisando diacrônica e sincronicamente obras e autores como Gregório de Matos, no Barroco, Tomás Antônio Gonzaga, no Arcadismo, e Oswald de Andrade, no Modernismo, observando qualidades de literatura de invenção; passando ao contemporâneo pela obra A festa, de Ivan Ângelo, apostando em sua interatividade ainda em livro impresso, à ciberliteratura de Clarah Averbuck, nas redes sociais, e à poesia concreta e digital de Augusto de Campos, aliada às novas tecnologias digitais. A buscar indagações sobre estilos de literatura impressa e digital, chega-se a resultados que apontam criação poética de invenção e interatividade na literatura brasileira, da influência da poesia concreta aos fazeres da poesia ciberliterária, assim como de marcas do concretismo nos hipercontos digitais. Ao lado de questões acerca do ensino-aprendizagem, inclusive no ensino a distância de literatura brasileira, procuramos observar o perfil cognitivo dos alunos de cursos de letras de instituições privadas e suas relações com o mundo impresso e digital quando trabalham a literatura brasileira. A criação poética feita por computadores a partir da inteligência artificial que já se prenuncia em instigantes trabalhos de robôs que contam histórias, participam de ações científicas e ganham partidas de xadrez, mas que também constroem o sentido de que poderão substituir as criações poéticas, entre outras ações e emoções humanas, partindo de teorias como as de John Searle, que com sua metafórica experiência O quarto chinês argumenta desfavoravelmente à inteligência artificial forte, e Roger Schank, que também com experiências na observação de crianças, contrário a Searle, aposta na aprendizagem pelas máquinas. As leituras que propiciaram as indagações e os resultados sobre literatura e novas tecnologias partiram, notadamente, das obras de Lucia Santaella a respeito de “literatura expandida”, de literatura nas redes sociais, assim como no apoio de contemporâneos da teoria literária, como Haroldo de Campos e Augusto de Campos, sem deixar de percorrer os cânones dessa teoria literária para a análise de obras impressas e anteriores à ciberliteratura, como Alfredo Bosi, Antônio Candido e Marisa Lajolo – que navega entre o impresso e o digital –, entre outros. A descoberta de que a criação, a invenção e a interatividade são motes das obras poéticas literárias, esperamos, possa incentivar o trabalho de professores em suas análises também inventivas, criativas e interativas em suas aulas de literatura brasileira, incentivando seus alunos a perscrutarem os caminhos das redes sociais não apenas em busca de entretenimento, mas também de estudo em blogues, revistas e sites literários.
Olá Roseli. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.
Do
que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que
se destina sua obra?
Literatura brasileira é o grande tema, enfocando alguns
grandes escritores como Machado de Assis, Ivan Ângelo, Clarah Averbuck e
Augusto de Campos. Escrevê-lo foi a maneira de mostrar aos interessados em
literatura obras interativas e digitais, por isso o público é exatamente aquele
que estuda e gosta de literatura.
Fale de você e de seus projetos no
mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de
plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Sou professora de literatura brasileira e coordeno o curso
de Letras da UNIP. Esse tema já esteve em meu primeiro livro que relacionava
literatura e psicanálise, Guimarães Rosa e Lacan. No segundo, embora trate de
cinema e psicanálise, a questão literária e poética também estava presente nos
filmes de Almodóvar. Tenho muitos contos publicados e arquivos sobre
literatura. Raízes que tenho deixado.
O que você acha da vida de escritor
em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Contrária à maioria, acredito no escritor e creio que a
literatura é bastante valorizada. Há obras encantadoras e que têm sido
reeditadas, sinal de que a leitura vai bem no Brasil, sim.
Como
você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
No primeiro momento há muitos anos descobri a Scortecci por
meio de uma aluna do curso de Letras. De lá para cá, estou no terceiro livro
com a editora.
O
seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus
leitores?
A obra mostra, ao menos, três
escritores pouco divulgados entre o leitor comum, embora conhecidos no mundo
literário: Ivan Ângelo, Clarah Averbuck e Augusto de Campos. Há também uma
abordagem interessante que é a da literatura digital e da relação da literatura
com o computador. Esses temas são importantes aos leitores. É preciso saber o
que a literatura está construindo no mundo contemporâneo do século XXI.
Obrigado pela sua participação.
Parabéns Dra.Roseli !
ResponderExcluirFoi uma honra participar do lançamento de seu livro!!!
Wanderley Silva Trentin
Professor? Pedagogo, Administrador Escolar,(FFCL 9 de Julho), Especialista em Metodologia do Ensino Superior, (UNIR), em Qualidade e Produtividade (UFSC) e MBA em Gestão Empresarial.(FGV/RJ).