Nome literário de Edivaldo Timóteo Leite.
Nasci, cresci e vivi quase toda minha vida em um mesmo bairro na capital de São Paulo, mas hoje ele é muito diferente do que era na minha infância. Naquela época podia-se nadar nos rios, minha casa não tinha muros e meu quintal era o mundo. Como na canção de Belchior, “eu era alegre como um rio, um bicho, um bando de pardais”. Eu vivia livre, sem regras e sem medo de nada. Perdi minha mãe aos nove anos de idade e tudo mudou. Desenvolvi uma timidez extrema que me fez prisioneiro dela. Por volta dos 20 anos, passei a morar sozinho, acostumei-me à paz que a solidão proporciona. Mas numa noite, surpreendentemente, depois de duas décadas morando sozinho, fui tomado de um medo tão intenso que não conseguia passar nem sequer uma noite sozinho. Esse texto é minha tentativa de entender o que ocorreu comigo naquela noite.
Esse livro é sobre paixão, medo e ódio. Ele não é um romance, como geralmente é tratado esse tema, nem é uma tese acadêmica, pois a psicologia não é minha área de formação. Eu narro aqui uma experiência de medo intenso que tive e o caminho que percorri para superá-lo. Escrevi porque a narração escrita é também um processo de cura e autoconhecimento. E também porque gostaria de romper o silêncio, o tabu que existe em nossa sociedade com relação a distúrbios psicológicos.
Do
que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que
se destina sua obra?
Meu livro surgiu em razão de um medo intenso e
aparentemente sem explicação te tive em uma noite. Procurei entender o que
estava ocorrendo comigo e voltei minha atenção para minha própria mente. Creio
que nessa busca eu consegui entender alguns mecanismo do inconsciente. O livro
portanto trata de autoconhecimento. A ideia do livro surgiu diante da
necessidade de por para fora o que sentia e também tentar compartilhar minha
experiência com outras pessoas. Meu livro se destina ao público adulto.
Fale de você e de seus projetos no
mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de
plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Quando comecei a escrever não tinha a menor ideia de como
iria terminar meus escritos e também não tinha intenção de transformá-lo em
livro. Inicialmente ele era apenas uma tentativa de entender o que estava acon
tecendo comigo, portanto, não foi uma coisa planejada. Continuo escrevendo
sobre o mesmo assunto, mas só pretendo publicar meu novo texto se tiver
resultados práticos na minha tentativa de usar minha mente melhor do que a usei
até hoje.
O que você acha da vida de escritor
em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Ser escritor no Brasil é uma profissão ingrata. O
brasileiro lê cada vez menos e quando o faz, se apega a leitura de pior
qualidade.
Como
você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Sempre compro Livro na Marins Fontes da Dr. Vila Nova, ao
lado de onde trabalho. De tanto comprar livros lá, fiz amizade com o atendente.
Um dia perguntei a ele como se fazia para publicar um livro. Ele me indicou a
Scortecci.
O
seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus
leitores?
Meu livro é sobre uma experiência
muito vivida e muito pouco compartilhada que é a de distúrbios psicológicos.
Nós não compartilhamos experiências nesse campo, embora haja um número enorme
de pessoais enfrentando problemas parecidos com o que tive. Creio que isso seja
um erro de nossa sociedade ocidental. Temos de trazer para o cotidiano assuntos
como o inconsciente e seu funcionamento. Fizemos isso com parte da medicina, o
que só nos trouxe benefícios. Devemos fazer o mesmo com a psicologia. Nós
queremos viver amparados na razão, mas somos arrastados para a irracionalidade,
por não conhecer essa parte obscura da mente humana, que é o inconsciente.
Minha tentativa com meu livro é abrir um diálogo sobre as emoções. Minha
mensagem para o leitor é que podemos superar distúrbios psicológicos e
problemas emocionais por meio do autoconhecimento. Somos fruto do que vivemos,
mas não somos prisioneiros do passado. Podemos ser uma superação de nós mesmos.
Obrigado
pela sua participação.
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