Escrevi mais dois livros editados: "O Segredo de Monteségur" e "Mortes Misteriosas em Águas Cristalinas". O primeiro um romance histórico e o segundo um suspense. Escrevi também peças de teatro e histórias infantis.Quando me interesso por um assunto e penso em escrever sobre aquele tema, entro no melhor período da minha vida:pesquiso, sinto-me motivada, feliz e criativa. Na verdade, só me sinto bem quando estou empenhada em algum projeto de escrita
Mineirices
Procurei retratar nestes contos, a simplicidade recheada de inteligência e bom humor do mineiro. São contos ora engraçados, ora tristes, como a própria vida. Embora não tendo nascido em Minas, minha família é composta toda de mineiros e aprendi a amar a cadência descansada do falar mineiro, a fé singela de quem fala com os santos e tem seu altarzinho em casa com o santo de devoção, sempre com uma oferenda de uma flor, ou no caso de São Benedito, uma xícara de café. Na verdade, ser mineiro é uma arte. A arte de ser tranquilo sem ser preguiçoso, arte de ser astuto sem ser maldoso, arte de ser bom de coração e arte em gastronomia, uma gastronomia simples, baseada no famoso queijo de Minas, fazer uma comida de ser servida em panelas de ferro ou assadas em forno à lenha. A arte de ser mineiro, na sua essência é a arte ser simples e feliz. Sem muito luxo, mas sabendo alegrar o corpo e o espírito. A Fé, muitas vezes tão pura que os santos são “gente de casa”, todos com seu santo de devoção, entronizados em nichos e, sempre que possível, uma flor é colocada a seus pés. Já para São Benedito, em cima do armário da cozinha, não esquecem de oferecer um copinho de café recém coado. Muitas vezes, a mãe mineira “bate um papo” com Nossa Senhora, comentando a “trabalheira” que os filhos estão dando e pedindo ajuda. Esta Fé, tão pura e simples, norteia a vida e dá sentido a ela, alimentando a alma, enquanto no fogão a lenha borbulha em um tacho um doce de leite, no forno à lenha assa um “quartinho” de leitoa e na mesa descansa um queijo” curado”. Que coisa boa ser mineiro!
Olá Ana Luiza. É
um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da
Scortecci do Portal do Escritor.
Do
que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que
se destina sua obra?
Escrevo quando estou borbulhando de alegria o u ensimesmada
de tanta tristeza. Este livro surgiu de uma grande tristeza pela perda trágica
de meu irmão. que mesmo sem ser mineiro, era o mais mineiro dos mineiros.
Falava gostoso, aquele sotaque descansado e abreviado nos diminutivos: mininim,
bunitim, carrim etc... Ele fez seu ninho em uma cidade do interior de Minas e
para homenageá-lo, criei alguns contos onde uso o falar tão saboroso aos
ouvidos como são saborosas as comidas mineiras ao paladar.
Fale de você e de seus projetos no
mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de
plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Escrever, para mim, nunca foi opção, mas necessidade.Sinto
que me comunico melhor e mais claramente quando escrevo. O meu primeiro livro
deu-me a mesma sensação de euforia e felicidade como a que senti ao ver meu
filho pela primeira vez.São pedaços meus e que ofereço com desprendimento e
alegria.
O que você acha da vida de escritor
em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Sou por natureza otimista. Temos que mudar isto! temos que
colocar livros nas mãos das crianças para desde o começo eles entendam o valor
e a necessidade de ler. Não é esta nossa realidade, o escritor no Brasil,
dificilmente sobrevive de seu trabalho,que a bem da verdade nem é valorizado. A
escola deveria levar o aluno a perceber o portal para novos mundos que o livro
abre.Quem sabe, um dia?
Como
você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Já editei dois livros pela Scortecci e estou terminando
outro que espero editar ainda este ano.Encontrei a editora depois de procurar
muito em outras e não senti a acolhida e o profissionalismo desta editora.
O
seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus
leitores?
Acho que mereci, sim. primeiro
porque o mineiro é o protótipo do "bom malandro". Mostra humildade,
mas é matreiro e inteligente, porém sem deixar que isto o defina. Dá de dez a
zero em muito "Doutor" emproado que ouse tentar zombar dele. Estão aí
as piadas do bom mineiro que provam isto.São espertim, espertim...
Obrigado
pela sua participação.
Tive o prazer de ter lido os 3 livros da Ana Luiza, os quais me foram indicados por terceiros. Trata-se de leituras agradáveis das quais vc começar a ler e não quer mais parar. Estou aguardando o lançamento do próximo livro. Recomendo com sinceridade a leitura dos livros já editados.
ResponderExcluirDona Ana Luíza Primeira e Única (foi minha primeira irmã e a única, com certeza, pois nossos pais já foram para o Lar Celestial) escreve, na verdade, desde os 10 nos de idade, quando o Jornal " O Município" Jornal de São João da Boa Vista, SP publicava os contos que ela já escrevia "naqueles bons tempos". Estudou em colégio de freiras e com aqueles professores rigorosos que deixaram saudades.Daí que é conhecedora da língua portuguesa como poucos, me põe em pânico quando sei que ela vai ler uma de minhas petições: posso atropelar um juiz de direito, passar por cima de um promotor de justiça, mas com ela não tem jeito nem acordo. Se ela encontra um errinho, lá vem "chumbo"!!!Mas é a forma que ela tem de tentar preservar a integridade de nossa língua."Mineirices" é o "top" entre aqueles editados até agora. Mas esperem por "Mineirices II " que fatalmente vira a lume. É como fazer "tutu a mineira" pela primeira vez: fica bom mas só fica muuuuito melhor a partir da segunda!!!!!Aguardem !!!
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