14 abril, 2016

Entrevista com Alberto de Godoy Azeredo - Autor de: O INVISÍVEL PARDIEIRO DE PÉTALAS

Alberto de Godoy Azeredo
Nasceu e vive em São Bento do Sapucaí, pequena cidade localizada na Serra da Mantiqueira paulista. É servidor público efetivo da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo desde 1990, Técnico da Fazenda Estadual. Também é poeta, a sua sina.

Surpreendeu-me o jovem amante das melodias, aprendiz de violão (e bom violonista) que aos poucos foi abandonando a música, como se dela tivesse desgostado. Mas descubro, ao ler seus poemas, que não desgostou e nem dela se esqueceu. Essa paixão hoje se manifesta na sua obsessão em imprimir ritmo ao verso e na busca da rima correta. Eu sei que para o Beto (forma como nós, seus íntimos, o tratamos) essas qualidades, além de fazerem da poesia ainda mais poesia, permitem ao poema soar como canção. E assim faz da poesia música também. 
Dr. José Márcio de Miranda - Médico Cirurgião Geral e Bacharel em Direito

Olá Alberto. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
É um livro de poemas, assim como os meus outros dois livros. Se eu for alguma coisa nesse mundo literário, então eu sou poeta. É que as pessoas acham pouco ser isso, e no meu primeiro livro me perguntaram por que eu não escrevia um livro. Pode? É o que a gente tem que aguentar.
Quanto à ideia, não existe ideia nenhuma, pré-concebida para essas coisas, poemas, o que a gente vai escrever, não existe isso, simplesmente. O livro vai se formando sem que eu perceba. Quer dizer, respondo por mim e mais ninguém.
Quanto à destinação, é para todos.
Poema não serve para nada?
Serve, sim, senhor, serve para quem se serve dele, e ponto final.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
É o terceiro livro, e não, nunca tive sonho nenhum, nem de plantar árvore, nem de escrever livro, e muito menos de ter filho, que não tenho mesmo, e não tenho sonho nenhum em relação a nada, jamais tive.
Nunca tive projeto nenhum também em relação a esse mundo das letras. Do pouco que conheço, pelo menos na minha cidade, bem, não tenho afinidade com ninguém, eles pensam a arte completamente diferente de mim, e também não tenho afinidades pessoais com eles.
Não tenho interesse em passar na frente dos meus livros, em aparecer mais do que os meus livros, para mim não é assim que funciona, quero muito que os meus livros cresçam e apareçam, sejam lidos, mas eu saio de cena. Quem tem que brilhar, por assim dizer, são os poemas, e talvez, ou certamente por isso não tenho afinidade com esse mundo das letras.
Quando não tinha livros, eu não falava nada, agora que tenho, ponho em prática tudo aquilo em que acredito.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
É desolador, para dizer o mínimo.
Pessoas não estão interessadas em livros, poemas, essas coisas, pessoas estão, com raríssimas exceções, interessadas em bolso cheio de dinheiro, em status, em aparências, em verniz, etc.
O que eu posso esperar de um país que teve um presidente da República por oito anos, e que se gabava de ter chegado "lá" sem nunca ter lido um livro? Qual é o estímulo que esse burro dava para quem está começando a estudar?
E pergunto: "Lá" onde? O que significa "chegar lá"? "Lá" onde, pelo amor de Deus?
Estudantes do ensino fundamental e médio, quando viram ele chegar "lá" sem nunca ter lido um livro, certamente pensaram: Eu não vou ler livro nenhum, o presidente chegou lá sem ler...

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Eu estava querendo uma nova editora, então eu procurei na internet.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Merece, os poemas não pisam em ovos, e é isso a vocação de um poema.

Obrigado pela sua participação.


Nenhum comentário:

Postar um comentário