11 dezembro, 2015

Entrevista com Maria Vaneide Anjos Blanco - Autora de: CARTAS RASGADAS

É sergipana da Aquidabã, sertão do Rio São Francisco. É médica, pediatra, sanitarista, divorciada, mãe de quatro filhos e tem cinco netos. Sua marca é a generosidade no atendimento às pessoas e nos serviços que presta. Sempre os faz com padrão de excelência e honestidade em várias áreas do conhecimento. Aposentada pelo serviço público, trabalhou mais de trinta anos em apoio aos excluídos sociais, fazendo do seu trabalho uma defesa pelos direitos sociais. Considera de relevância na sua formação o contato com Irmã Dulce e a poesia de Cora Coralina, nos quais busca a explosão das suas poesias e histórias de vida, feitas no amor à arte, às crianças e seus núcleos familiares. Tem formação em Saúde da Família e Pedagogia, e mestrado em Saúde Coletiva sobre Aleitamento Materno. As viagens feitas por Israel e pela Europa, em especial a Grécia, foram seus incentivos para se eternizar o momento sobre a importância de se fazer história. Os seus sonhos e ideais lhe são permitidos e realizáveis, na medida do possível. Daí uma personalidade de paz e um semblante alegre e de humor vivaz. Nos seus livros Emoção de Viver, Sonetos: uma Tournée de Melodias e a participação no livro Tirando a Máscara, descobre seu potencial como mulher. Em O Que Virá? Virou! propõe a releitura do mundo infantil, abrindo o leque de histórias no processo de alfabetização. Pertence à União Brasileira dos Trovadores e tem várias poesias premiadas e participações em antologias. Católica fervorosa, tem em Santo Antônio o seu santo protetor. Assim, traz ao público seus escritos, embasados nos conhecimentos da Pediatria sobre o desenvolvimento infantil, na psicologia Kleiniana do professor José Vilson dos Anjos e na filosofia Freiriana desenvolvida na Administração Luíza Erundina. Daí, não parou mais de pensar, de escrever e de acreditar na construção de um futuro melhor para um povo rico, feliz e que, hoje, pouco pode usufruir do imenso potencial do seu país, o Brasil.
Elisabete Homor - Professora de Matemática, advogada e pianista

Quanto privilégio.... Quando recebi o convite para tarefa tão nobre, juro que fiquei assustada. Mas com a leitura dos textos, fui me ajeitando dentro das histórias e entendi que esta deixava de ser uma tarefa e passava a ser somente um grande prazer de vida. Grande Milton Nascimento: “Maria é a força, é o suor, é a dose mais forte... de uma gente que ri quando deve chorar... Quem traz no peito esta marca possui a estranha mania de ter fé na vida.” E então nasce Maria Vaneide Anjos Blanco. 
E sua história traz a guerreira leonina no coração, e junto o acreditar do amor universal, as travessuras da doce menina, a vaidade da mulher e o sonho dos contos de fadas. Quem passa pela Bahia de Todos os Santos, diferente há de ser. Ela vem com a sabedoria do olhar... Olha e sorri, sempre. Em seu silencioso olhar, começam a tomar forma as suas histórias e como magia, nascem os contos. Contos que encantam, trazem de volta momentos que parecem nossos. 
Cobranças de um final feliz, que a sociedade (principalmente a família) nos ensina ou  nos convence a ser o caminho certo, senão o único. E assim caminhamos, até sair do roteiro desenhado já na infância e de repente, vemo-nos perdidos. Aí chega Maria... Sorrindo, leva-nos aos sonhos, histórias vividas, superação, fé, resiliência, certos de que devemos e iremos sobreviver. Ah Maria!!! Ler seus contos é como caminhar em uma estrada conhecida, mas que agora ganha novas flores, às vezes pedras, buracos, mas no final há uma surpresa, sempre. Sua leitura é um convite a se ver, rever, sonhar e AMAR. Comecei com Milton, termino com Gonzaguinha: “Viver e não ter a vergonha de ser feliz”.

Rosana A. de Jesus - Mulher, mãe, educadora, jornalista e psicanalista
Simplesmente
Sou um marco no caminho,
a pedra que se cobre de pó.
Sou a fibra que faz o ninho
e reproduz o estar sempre só.
Sou o que vai ao vento
e pareço não ter morada.
Sou o eterno pensamento
sou o tudo e o nada.
Eu sou o grito aflito
de quem só sabe sofrer
e vive o eterno conflito
de quem não sabe viver.
Sou pedra, vento, grito;
sou apenas o que devo ser.


Olá Maria Vaneide. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Cartas Rasgadas traz uma apresentação de contos com as diferentes maneiras de superação de separações, após casamentos estruturados que sofrem ruptura afetiva. Como médica de família pude acompanhar várias situações de desagregação familiar, seus conflitos e as variadas posturas dos pacientes na sua reconstrução afetiva. É uma obra destinada ao público adulto mas pode ser interessante ao público que sofre ou sofreu perdas amorosas e que podem encontrar um alívio às suas dores, identificando-se com um ou outro personagem, suas histórias e resoluções.
Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Esse é o quarto livro que edito sozinha, além de outros em antologias. Escrever é uma necessidade de extravasar emoções e de poder dividir com um universo de pessoas que possa se emocionar e vivenciar a riqueza do viver, do amar, do buscar ser feliz. Penso que, quando escrevo, não sei o que vai acontecer com a obra. O livro é mais que o escritor e tem vida própria. Ele é eterno e o escritor será apenas um veículo de  sua criação.
O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Um país que não investe no seu povo, na sua cultura e educação terá sempre poucos leitores. O Brasil atualmente é um país com dificuldades de identidade, de cultivo à sua memória e isso justifica esse descaso com seus escritores. Ainda sonho com um "Brasil de brasileiros", de amor ao que é nosso e de incentivos prioritários na cultura, saúde e educação. Assim seremos nação. Penso que vivemos como pessoas que sonham com o primeiro mundo e deixamos de ver primeiro nossas riquezas, belezas e abrimos mão de ser o que somos, para vivermos de sonhos idealizados e inatingíveis.
Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Tive um contato com escritores de Mairiporã que me disseram das vantagens de pertencer a essa casa, essa família e seus ideais.
O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Um escritor quer muito ser lido. Não faz sentido fazer uma edição sem esse desejo. Nos meus escritos estão uma possibilidade de dizer aos leitores dos meus caminhos, os desafios vencidos, a maneira de enxergar o mundo e partilhar a importância do sentir, do amar e do buscar nas mais variadas formas o viver e o ser feliz.
Obrigado pela sua participação.

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