Natural de São Paulo, capital, nasceu em 14 de março de 1982: não por acaso, Dia dos Poetas.Guy despontou para a literatura poética quando morava nos Estados Unidos, numa pacata cidade do interior de Utah. Em sua juventude turbulenta, começou e abandonou vários cursos, como jornalismo, hotelaria, entre outros, porque não se encontrou nos moldes acadêmicos. Estudou História da Arte Moderna no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). Após participar de oficinas literárias e saraus na Casa das Rosas, no Espaço de Poesia e Literatura Haroldo de Campos e no conceituado Instituto Palas Athenas, em São Paulo, sua escrita passou a tomar curso e forma, estilo e sofisticação. Sente como influências literárias Fernando Pessoa, Camões, Castro Alves, Pablo Neruda, Vinícius de Moraes, Mário Quintana, os poetas em especial românticos, escola da qual Guy considera-se encaixado, pleno, direcionado e expressivo. Poetas como Adélia Prado, Cecília Meireles, Hilda Hilst, Zeca Baleiro, Caetano Veloso, também passam por seus gostos e curiosidades. Além destes grandes nomes da música popular brasileira, o Rock e poesia nacionais sempre estiveram presentes e são influências até hoje em seus versos por vezes melódicos e um bocado irônicos, irreverentes. Dentre os principais nomes que Guy considera ter influência abrangente são Renato Russo, ex-líder da Legião Urbana, Raul Seixas e Cazuza.
Participou das seguintes antologias:
- Seleta Cultural Poesias I - LP-BOOKS – SP (2012)
- Portugal Feliz - LP-BOOKS SP (2014) - antologia que fez homenagem a temas livres marcando um novo ano com as promessas e expectativas dos autores presentes e da comemoração de mais um ano de Editora. Temas como esperança, felicidade e perdão encontram-se nos poemas.
- Brésil en Scéne - Antologia da Divine Académie (2014) Paris. Seleção de 50 autores brasileiros de todas as partes do Brasil que discorrem sobre temas como política, sociedade e cultura brasileira nos tempos atuais.
A obra de poemas inéditos traz um conteúdo recheado com uma multiplicidade de temas de cunho social, de anseios de uma sociedade e contrastes da vida, em contextos globais, que caminham constantemente em transformação e estagnação.
Entre versos ásperos, Guy Werneck,
que se considera um poeta romântico e contemporâneo, retrata o caos urbano, a solidão, o preconceito, o amor, a esperança de dias melhores, as desilusões presentes nas sociedades e culturas que por vezes, se estagnam no âmbito e contextos da desigualdade social.
Em poemas que dialogam entre si, como se fossem um só sujeito presente em sua voz ativa, Guy deixa mensagens sublimes e críticas fecundadas a conjunções e condições de uma sociedade ambígua e em conflitos. O legado do autor neste livro nos traz uma recriação de seu universo próprio, através da inserção, indagações e diálogos entre personagens não só fictícios, imbuídos no conceito da obra, que permitem ao leitor refletir sobre os nossos tempos, sobre as nossas mudanças e, sobretudo um despertar para novos olhares e horizontes. Sobre as nossas incertezas e anseios naturais de gerações distintas, de maneira atemporal e consistente. Retratos de justiça, paz, igualdade, direitos humanos, de amor e de esperança, de um mundo com mais liberdade e democracia. Guy faz de suas críticas e indagações um elo entre sua inquietude e o universo ao seu redor, captado pelos seus radares, como é revelado em O Poeta Maldito.
Obrigado pela sua participação.
Olá Guy. É um
prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da
Scortecci do Portal do Escritor.
Do
que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que
se destina sua obra?
Olá a todos. Primeiramente, gostaria de agradecer a
Scortecci pela oportunidade de conceder esta entrevista.
Em sua grande parte o livro trata-se de temas de cunho
social, de um universo atual que se dialoga entre distintas realidades,
sociedades e gerações. Costumo pensar nessa obra de poemas inéditos como um
livro que poderia ter sido escrito há cem anos, bem como nos tempos atuais ou
décadas adiante, por acreditar e expor
nos poemas, o que estamos vivendo, no Brasil e tantas outras sociedades
e em fases de tempos de transformação social, cultural, sim, positivas, mas
também de estagnação e muitas vezes em retrocesso, com os conflitos de ideais e
guerras civis, por políticas que corrompem e mantêm populações alienadas,
escravas e atrasadas.
O ser humano custa a evoluir espiritualmente e a linha do
tempo e histórias da humanidade demonstram que sempre houve conflitos nas
sociedades. Não faço julgamentos embora entre diversos poemas o leitor vai se
deparar com uma porção enorme de críticas ferozes, versos e trechos ásperos,
com mensagens através de personagens não só fictícios mas também biográficos,
imbuídos no conceito da obra, que se dialoga entre si em quase todas as
questões, que permitem refletir sobre as nossas mudanças, sobre os nossos
tempos.
De maneira atemporal, os poemas são retratados com
consistência solidificando e justificando os temas abordados, como retratos de
justiça, esperança por igualdade social, por mais amor e menos solidão em
tempos de alta tecnologia, por um mundo e sociedades em maiores condições de
liberdade de expressão e democracia, por um mundo com menos hipocrisia e versos
de histórias de encantamento e laços afetivos.
É sobre um despertar para novos olhares e horizontes que os
embriões surgiram para tornar-se uma ferramenta a cutucar os leitores e essa é
a maior motivação pela obra.
Atualmente, as pessoas têm mais acesso a livros do que
antigamente. Com a tecnologia, o acesso a eles também se tornou um fator muito
importante. Mas hoje você vê um pai incentivando os filhos em rodas de leitura
e curte uma história infantil. O Tom de Meus Cantares, inclusive fala da
questão de trazer a atenção e a audiência como uma forma de crítica a quem
queira chamar a atenção porque deseja a fama, o dinheiro, a ostentação, agora
não cabe a mim julgar, o público a que se destina essa obra é que vai responder
quem é o público, acredito que quem está buscando algo novo e ideias autênticas
irá se interessar, seja um adolescente, um universitário ou alguém na
maturidade. Através de muitos professores literários, escritores, poetas e da
área das comunicações sociais, obtive feedbacks de que meu estilo e
sofisticação poéticas são inconfundíveis e progressistas, para que sejam cada
vez mais notórias, admiradas e estudadas, portanto aos estudantes das áreas
literárias, dos críticos da poesia brasileira e até dos formandos em
psicologia, quando se estuda o objeto do ser, pode ser muito interessante.
Fale de você e de seus projetos no
mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de
plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Desde garoto tive estímulo externo para a expressão
textual, ainda quando estudava na Escola Paulo Freire, na infância, tinha aulas
de poesias. No decorrer dos estudos o que me agradava e despertava o interesse
era a área de humanas, enquanto as turmas e os amigos dos colégios em que
estudei curtiam as disciplinas biológicas ou exatas, eu me aprofundava e focava
nos conhecimentos das áreas de humanas. Sobre o contexto familiar de diversas
mudanças geográficas na cidade de São Paulo, capital, onde nasci, cresci e
resido, tinha de me adaptar aos novos colegas de escola e colégio, de bairro,
os amigos de toda a parte e isso fez com que eu tivesse
dificuldade de me adaptar aos estudos com as novas dinâmicas e propostas
pedagógicas, com novas turmas e deixando de conviver com os mesmos amigos,
passando a conhecer muita gente, muitas histórias.
Nos estudos de técnicas de redação e gramática, ortografia
a eficiência escolar era sempre a melhor. Além de história e conhecimentos
geográficos. Mas em determinado momento, com 15 anos de idade, ao iniciar o
Ensino Médio, hoje faço a leitura de que com os sinais das mudanças físicas e
afetivas estavam sob um risco de saúde que já vinha se somatizando.
Com minha personalidade inquieta buscando sempre um ideal
de vida e encaixar e manter amizades, passei a me isolar e desinteressar pelos
estudos e até mesmo pela vida.
Eu optei junto aos meus pais por estudar no exterior, para
fazer um programa de intercambista em colégio público em uma cidade muito
pequena do interior dos Estados Unidos.
Foi lá que eu me encontrei, longe da minha terra. Lá também
que percebi e descobri o poder de articulação e persuasão com as pessoas e o
verdadeiro talento para a escrita. Não falava o idioma, mas aprendi no dia a
dia rapidamente e passei a escrever muito bem em inglês. Sabia que eu tinha de
focar na área de comunicações. Embora tenha passado seis meses nos Estados
Unidos, parece que o tempo não passava e todos os dias eram intensos e cheio de
atividades, prática de esportes e estudo de religião nativa. Antes de iniciar o
inverno rigoroso tive problemas de saúde e fiquei quinze dias internalizado.
Foi nesse momento, sobre esse contexto com as descobertas
do que a vida me era até então e o que estaria por vir, novamente em solos
brasileiros, concluí os estudos já sabendo da opção de cursar Jornalismo na universidade.
Bem a frente e além do que me aguardava, eu já tinha ideias
de escrever livros.
Mas preferi deixar sempre tudo que escrevia guardado em
casa, muitas vezes dividia os textos, pensamentos, poemas, ideias com amigos,
mas muitas vezes, não gostava de mostrar a ninguém. Com mais estudos, cursos de
criação de personagem, oficinas literárias, saraus, tudo ficou mais fácil e
passou a fluir, entrei para o segmento da literatura tendo participado de
quatro antologias poéticas. São elas:
- Seleta Cultural Poesias I - LP-BOOKS – SP (2012)
- Portugal Feliz -
LP-BOOKS SP (2014) - Antologia que fez homenagem a temas livres marcando um
novo ano com as promessas e expectativas dos autores presentes e da comemoração
de mais um ano de Editora.
Temas como esperança, felicidade e perdão encontram-se nos
poemas.
- Brésil en Scéne - Antologia da Divine Académie (2014)
Paris. Seleção de 50 autores brasileiros de todas as partes do Brasil que
discorrem sobre temas como política, sociedade e cultura brasileira nos tempos
atuais. Obra traduzida para o francês e circulado no mercado especialmente
francês.
Trabalhei em empresas que não têm a ver com esse segmento
literário, como redator tive uma passagem em um portal de música da web.
Prestei trabalhos voluntários, sociais, nas áreas da saúde e educação.
Sim, tenho em mente novas ideias de publicações literárias,
bem como livros de prosa, conto e crônicas, romance e penso em desenvolver
outros projetos, ainda não definidos, muito interessantes e pretendo continuar
nesse ofício de escritor, que me é libertador e por vezes solitário, mas
satisfatório e cada vez mais fascinante.
O que você acha da vida de escritor
em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Bem, não vejo atualmente um Brasil com tão poucos leitores
assim. Eu tenho vários amigos e conheço muita gente em diversos estados do
Brasil difundindo a cultura e a leitura, com projetos de divulgação de livros,
feiras de trocas de livros, e eventos de leitura.
Como citei no início da entrevista, é muito comum e em
órgãos públicos, como a rede SESC, eventos literários em casas de cultura de
todo o País, grupos, rodas de crianças e jovens lendo, com gosto e aprendizado.
Estão valorizando muito mais um livro e outros temas que
não só religião, autoajuda e negócios. Isso está se expandindo, mas ainda falta
muito para a população brasileira chegar a um nível de conhecimento, de consumo
de literatura e gêneros específicos como na Europa, por exemplo. Mas vejo uma
diferença na balança, hoje os pais apoiam seus filhos nos estudos, nos grupos,
as universidades públicas, federais, estaduais e particulares estão cheias de
alunos dedicados, interessados e se destacando em diversos segmentos do mercado.
Acho que respondi essa questão, não?
O cinema está chegando em regiões paupérrimas do Norte e
Nordeste do País, para dar mais um exemplo de cultura. Penso que tem outros
fatores sociais em desvantagem. Quem não tem um teto para morar, não tem nem como
escolher um livro que goste.
Existe sim um lado das camadas sociais desanimada, desinteressada
e enfraquecida pelos governos. Isso desanima mesmo.
Se você me perguntar como vejo a vida de um poeta em um
Brasil? Acho maravilhoso, aqui e em muitos outros países do mundo,
principalmente na Europa, com a cultura milenar e etc. mas como tudo que se faz
na vida, com esforço, leva tempo para poder se estabilizar, no caso de
escritor, poeta, financeiramente, é mesmo mais complicado.
Como
você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Tenho um amigo que trabalha com cinema e é escritor. Há
tempos ele publicou um livro pela Editora, achei interessante a proposta e o
trabalho da Editora e segui em frente. Betty Silberstein, uma grande amiga,
tradutora, revisora e escritora premiada, me indicou novamente alguns anos depois,
até a publicação de O Tom de Meus Cantares.
O
seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus
leitores?
Ah, se eu dissesse que meu livro não merece ser lido já não
teria nem escrito.
Eu espero poder contribuir de alguma forma para cada um de
vocês leitores. Por tudo que falamos aqui, ou que seja, no mínimo, um ponta pé
inicial para iniciarem na escrita, nas comunicações ou por deleite no ramo da
literatura poética e curiosidade.
Se as mensagens que ficarem os tragam qualquer
positividade, já valeu, pois o espírito do livro é esse, de fazer refletir e
unir as pessoas, ainda que sejamos todos um só ser, mas podemos viver melhor, e
curtir arte e poesia.
Boa entrevista.Parabéns.
ResponderExcluirOlá Cleber,
Excluirmuito obrigado. Tem sido ótimo acompanhar os seus projetos e ver que está se destacando, obtendo notoriedade no exterior também. Um abraço, Guy
Guy, a poesia é a síntese da diversificação, da diversidade, da miríade de conhecimentos e de experiência de vida que v demonstrou ter de sobra na entrevista. Parabéns!! Vera Aguiar
ResponderExcluirVera,
Excluirpois bem, esse é o embrião natural da poesia. Nasce para articular, expandir conhecimentos, experiências e traduzir aquilo que nós enxergamos, como um poeta urbano, não deixo até os dias atuais, de retrata-los. Mesmo tendo passado quase três anos da publicação do solo de inéditas, existe um bom material inédito, em algum momento, irei utiliza-los para novo projeto, apesar do interesse atual pela prosa, literatura... Obrigado pelo elogio. Um abraço
Parabéns, Guy Werneck! Visão clara do que quer e a que veio! Muito legal sua opinião sobre o atual cenário de leitores no Brasil. Beijos. Fique com Deus, siga em frente!
ResponderExcluirObrigado Tatá! Agora se passaram praticamente três anos da entrevista, nem tudo mudou, como mencionei lá mesmo, existe uma estagnação global, social, política, cultural que se mantém, mudam-se os discursos, metas de planos de governos, no Brasil e fora, atenho-me neste livro ao Brasil, mas ao se tratar de questões diversificadas, de experiências de um ser humano como qualquer outro, existe identificação, e também os temas e as mensagens continuam atuais, o que nós procuramos ver e fazer é agir de alguma forma pra ajudar para que a nossa sociedade progrida, ninguém gosta de assistir ou ler notícias diárias, pois o mundo está em guerra, e no Brasil, sabemos que "eles" estão no comando de tudo para o benefício próprio, e nós somos ludibriados como iscas e pagamos o preço mas nós brasileiros temos muita fé como cultura, e isso, traz um alento para que se não em duas décadas, em um pouco mais acredito que nossas crianças tenham acesso a boas escolas, hospitais, possam ter uma juventude saudável e reverter esse quadro que hoje milhares de crianças e adolescentes já entram para o crime, justamente devido a "organizações", e possam obter ensino e trabalho e lazer, oportunidades iguais, reduzir a desigualdade social. Que muitos projetos possam ser criados e exercidos, tais como instituições filantrópicas, ONG´S, e projetos de governos dos estados. Existe formas para mudar, o que não podemos perder, é a esperança e a bondade, a compaixão e a fortaleza.
ExcluirUm beijo, minha amiga!
O Brasil precisa de uma reformulação urgente na educação, dentro das escolas que já se tem um espaço, uma oportunidade, rever os conceitos de lecionar e inserir atividades outras para que os alunos de famílias de baixa renda possam acessar materiais interessantes, atuais, acompanhar a tecnologia virtual, aprender de forma lúdica e cada vez mais interativa. E com tal, preparar melhor os que lecionam, além de haver condições para se estudar, pois caso contrário, não há educação, e sim, uso de drogas, bullyng, salas de aulas vazias...
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