Nasceu há muito tempo em Uberaba, foi aluno interno do Colégio Marista Diocesano, mudou-se para o Rio de Janeiro onde se formou em direito e administração de empresas assimilando a alegria e ironia dos cariocas sem perder a desconfiança de mineiro. Mudou-se para São Paulo, atuando na area de Mercado de Capitais, Governança Corporativa absorvendo a objetividade dos paulistas. Autor do livro MENINOS DA ROÇA, esgotado. Quando lhe apresentamos seu histórico ele cortou, cortou, cortou e acrescentou a seguinte frase: "Quando o mercado de capitais entra em crise escrevo romances para fugir do estresse e se continuar assim acabarei um bom romancista"
Em 1875, a pedido do embaixador argentino, Alejando Meneng, um jornalista e politico cujo sonho é ser prefeito de porto alegre, amigo de Floriano Peixoto e financiado pelo Visconde de Mauá organiza uma missão de ajuda a Republica Argentina. Escravidão e Guerra do Paraguai são os conflitos apresentados no romance. A habilidade do texto, a detalhada pesquisa nos leva a participar da Batalha de Tuiti, ler anúncios verdadeiros fuga, venda e locação de escravos, e o leitor muitas vezes não pode distinguir o que realmente ocorreu do que é resultado da mente criativa do autor. Como escreveu a escritora ANNA MARIA MATINS DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS: "a criatividade do escritor Afrânio Barbosa de Souza apropria-se da realidade e leva a imaginação do leitor a parâmetros sem fronteiras".
Olá Afrânio. É um
prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da
Scortecci do Portal do Escritor.
Do
que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que
se destina sua obra?
a) O romance, datado como o próprio nome indica, leva o
leitor ao Século XIX, após a Guerra do Paraguai, quando o debate para a
libertação dos escravos era o "Rock in Rio" do momento.
b) Li um livro de Sergio Pires sobre a viagem de 7
motociclistas a USHUAIA - o fim do mundo - e pedi permissão para fazer um
romance transformando seus companheiros em personagens para levar gado ao
"Fim do Mundo". A finalidade cabe ao leitor descobrir lendo o livro.
Portanto, quase todos os personagens do livro, existem e estão vivos. Realidade
e fantasia se misturam.
c) Obter permissão para transformar pessoas em personagens
foi fácil. Difícil foi criar personagens "reais", com a mentalidade
do Século XIX. Li mais de 30 livros - alguns com 3 volumes sobre o século XIX.
O romance se destina principalmente a quem tem curiosidade para saber o que foi
realmente a Guerra do Paraguai e a escravidão. Por que fomos o último país a
abolir a escravidão? Nossa escravidão era muito "baiana", isto é,
devagar. Por isso demorou a acabar.
Fale de você e de seus projetos no
mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de
plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Primeiro vamos colocar o 1875 para circular. Como escrevo
artigos econômicos no DCI, é só fazer uma coletânea e podemos publicar novo
livro que já tem titulo: PARA ONDE VAI O MEU BRASIL. Titulo de um artigo
publicado em novembro de 2007 onde descrevi com detalhes a crise econômica
mundial do ano seguinte. Ah, se tivesse sido publicado em inglês! Meus amigos
acham estranho é eu escrever romances. Respeitam mais minhas ideias econômicas.
Plantar árvore e escrever é fácil. Difícil é ter filhos.
Mas é tão bom que um só é pouco. Principalmente por que são as mulheres que
parem, não é mesmo! Se homem tivesse que ter filho a humanidade acabaria
inclusive com minha contribuição..
O que você acha da vida de escritor
em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Agora, 2015 em termos de literatura voltamos a 1915, cem
anos atrás. Editoras naquela época só pensavam em editar romances franceses.
Agora literatura inglesa. Falta nascer um Monteiro Lobato que revolucionou o
mercado editorial brasileiro. Será que a Scortecci é o Monteiro Lobato atual.
Seria se esta fosse sua preocupação, mas acredito que não é. Escritor que
imagina ganhar dinheiro com livro é doido. Pode internar..
Como
você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Bem quando a Editora Millenium lançou meu primeiro romance
"MENINOS DA ROÇA" em 2010, falaram que iriam fazê-lo pelos meus vínculos
jurídicos, mas que eu devia procurar a SCORTECCI. O dono da Millenium falou com
muito carinho da SCORTECCI. O ramo da Millenium são livros jurídicos, não
literatura. Engraçado o "MENINOS DA ROÇA" está esgotado e se você
procurar nos sebos ele está sendo oferecido a R$50,00, R$60,00 quando o preço
de lançamento foi R$42,00.
Sou o único escritor mais caro nos sebos que nas livrarias.
Pode verificar.
O
seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus
leitores?
Isto é pergunta que se faça a um autor?
Todo livro que alguém compra ou ganha merece ser lido. Guardar
um livro e não ler é como pendurar um quadro invertido na parede. Claro que há
livros que não merecem você chegar até o fim. Mas você sabe por que deixou de
ler.
A mensagem que envio aos leitores é que primeiro definam
que tipo de leitura preferem. Uma vez definido o gosto mergulhem no segmento
escolhido. Cada livro, mesmo pior, parecerá melhor por que o leitor se torna
especialista em descobrir bobagens dos autores. É um prazer saboroso. Por
exemplo, li no ano passado O CAPITAL de Thomas Piketty um sucesso editorial
mundial. Resultado de profunda pesquisa e com boas informações de economia
sobre o século XIX. Mas a conclusão do Autor é de uma imbecilidade total.
Abandonou os conhecimentos econômicos para fazer proselitismo politico. Pelo
menos em uma coisa os esquerdistas franceses são diferentes dos brasileiros:
São cultos. Para escrever 1875 li tantos livros de historia do século XIX que
cheguei a conclusão que a maioria dos nossos historiadores sobre este período
são copiadores e ignorantes. Você acha que todo autor é inteligente? Se fosse
eu não estaria aqui.
Obrigado
pela sua participação.
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