As idades rompem o ser
Em fases, as quais muitas
Vezes devemos
Ou temos que viver.
Nasci em meio a isso,
Pessoas simples
Com objetivos simples
Acreditando num
Amanhã sempre desprotegido.
Nunca fui aluno perspicaz
Tão pouco um estudioso
Complexo e interessado
Desde o início das letras.
Nada me fascinava mais
Do que a natureza,
Ficava fitando a janela
Pra ver e sentir o ar puro
Da rua... Queria voar!!
Minha mãe foi doméstica, simples
E severa quando necessitava.
Aliás, criar quatro homens
Entre a infância e a puberdade
Não é tarefa fácil!
Meu pai, que era metalúrgico,
não ganhava o suficiente
Suficientes, mas tínhamos o que comer e
Onde morar.
Um mundo particular, igual
Ou melhor do que aquele, este
Que vivi,
Busquei de todas as formas.
Mas as formas eram estéticas demais
Para alguém fora de toda a estética!
Fiz história na faculdade
(FAPA) em Porto Alegre.
Não concluída por deveras ter participado
De embates ideológicos e políticos
E me aventurado além do objetivo.
Época em que me filiei ao PCB antigo,
No ano 2000. E após alguns anos
Participando e sendo filiado
Ao Partido Comunista do Brasil,
Sou filiado ao PCdoB desde 2007 até então.
Depois fui para outro curso
Do qual sempre mantive mais apreço:
a Filosofia! ah, a filosofia...
Quanto de mim via nas objeções
Das grandes mentes.
Assim como tenho basicamente
Em minha maneira de poetar.
Nietzsche principalmente,
Baruch de Spinoza,
Que me agrada pelo panteísmo racional,
Clarice Lispector, que nos desperta
A ver o quanto de humanidade
Entrelaça-se com nossos medos
E fantasias, entre outros.
Todo canto poético e a forte influência
Musical cativante da banda The Doors,
Que fica o tempo todo ligada
Pra me dar o clima necessário
Ao convívio das palavras.
Este sou eu, proponho-me a poetar
O que se podem ver, as magias
Transpondo lugares e pessoas.
Assim também vejo o mundo.
Sou um poeta da vida, como ela se apresenta seu teatro mágico, seu trágico, e todas as coisas que nela vivem e as que principalmente deixam viver.
Das coisas escritas, da arte que a vida imita, Que proporciona olhar à frente, vendo o quanto De passado ainda temos, Como oráculo de um futuro Que nunca nos é próprio. São sempre nosso teatro Vagando entre o que é natural. A poesia devolve estes hinos! Como se um andarilho em cada Parada na estrada que o leva Há algum lugar, Olhasse a imensidão, Dizendo, Até quando irei ver O que eu mesmo construí? A poesia descreve o sintoma; Cabe ao leitor Ver o quanto de realidade Existe nas palavras vindas. Se podem ser oferecidas Ao seu momento, Então as receba com um chá. Caso contrário, Percebe que nunca Entenderá!! O poeta pinta o quadro Vende o quadro E com o que ganha Paga sua passagem Ao interior mágico Do mundo humano.
Olá João Marcelo Pacheco. É um prazer contar com a
sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do
Escritor.
Do que trata o seu
Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua
obra?
O livro é como diz o título, a escrita sem pontuação, dá o
sentido de notas musicais, delineando a estrutura na sua própria maneira de
interpretar. A ideia surgiu da forma filosófica com a qual percebo as coisas,
subliminar, onde a resposta é fruto de outra pergunta, e a verdade torna-se
plural. O público são todos apreciadores da poesia, da linguagem aforística, as
pessoas simples do cotidiano tem também seu espaço na minha escrita.
Fale de você e de seus
projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho
realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
É na verdade tudo isso mesclado, sempre tive esta vontade
de escrever um livro, como se fosse um portal de abertura ao inconsciente,
ainda é pouco elementar este primeiro, mas pretendo continuar, pois, neste
(CAPA) o portal está aberto. Contendo as minhas fraquezas, franquezas e visão
do mundo humano no seu elemento visceral. Eu já fui casado por 16 anos,
me separei em 2010, tenho uma filha adolescente que mora com minha ex
companheira.
O que você acha da
vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco
valorizada?
Um desafio que não se destina a qualificá-lo como trabalho
no sentido do "fazer", mas do DEVIR a ser, como define Gilles Deleuze,
um devir da virtude do íntimo. O Brasil tem muitos leitores, tantos os de
jornais e revistas, como de livros e poesias. A dimensão da obra e muito também
a Editora podem ser responsáveis pelo não sucesso, uma vez que a burocracia é
maior do que a apreciação de uma arte, como se todos os escritores quisessem
apenas um lucro ou uma fantasia. Prefiro pensar como alguém que vê na escrita
uma arte, portanto sem regras a aparte....uma escrita a la Salvador Dali. Como
exemplo.
Como você ficou
sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Pela internet, buscando editoras e valores, a Scortecci foi
a primeira a se interessar pelo pedido, não pela obra. O custo e o atendimento
depois fizeram com que eu aceitasse fazê-lo, ocasião que me incentivaram por
conta da Bienal, a qual fiquei muito grato.
O seu livro merece ser lido? Por
quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
O merecimento é por conta do leitor, não creio que se deva
dar ao pequeno luxo de crer num merecimento a parte da obra. Mas sim da
divulgação à sites, pessoas que se interessam por poesia, artistas, pessoas
públicas, amigos os quais já presentei por querer saber a opinião muito válida
pra uma mudança de perspectiva, não na estrutura que adoto, mas num elemento a
mais na construção da obra em si.
Obrigado pela sua participação.
Outras obras do autor, acesse: http://www.joaopacheco.prosaeverso.net/publicacoes.php
Outras obras do autor, acesse: http://www.joaopacheco.prosaeverso.net/publicacoes.php
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