É jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 22 de fevereiro de 1959, formado pela PUC-RJ e com MBA em Economia pela Unicamp-Facamp. Atuou nas redações de O Globo, Folha de S. Paulo, Veja, O Estado de S. Paulo, Época e Exame. No Estadão integrou a primeira equipe de internet, desde 1994, e conquistou por três vezes o Prêmio IBest nas categorias Notícias, Jornais e Revistas e Informação Tecnológica. Atualmente, dirige uma empresa de comunicação e é editor sênior de web na redação do Diário do Comércio, da Associação Comercial de São Paulo. Pelo veículo, fez parte da equipe vencedora do Prêmio Esso de Jornalismo, na categoria Melhor Contribuição à Imprensa, com a criação do Museu da Corrupção (www.muco.com.br), em 2009. Também organizou o livro O Xingu dos Villas Bôas (Metalivros, 2001). Trabalhou por 12 anos no Estadão, três deles tendo Pimenta Neves como diretor de redação.
Pimenta Neves, Uma Reportagem
O livro narra em tom de reportagem a história do autor do crime que abalou a imprensa brasileira em 2000: Antonio Marcos Pimenta Neves. Na época, diretor do jornal O Estado de S. Paulo matou a ex-namorada Sandra Gomide, 30 anos mais jovem, em um haras de Ibiúna, pondo fim a uma escalada de intimidação e violência contra ela desde que a jornalista rompera o relacionamento de três anos.
A ascensão e queda de Pimenta Neves, da infância em Araraquara ao presídio de Tremembé 2 (SP), passando pelo Banco Mundial, em Washington, é contada com base em extensa pesquisa e cerca de 100 depoimentos.
– Vamos almoçar? – convidou Pimenta Neves. – Aqui perto tem um ótimo francês, o Roi Roger... Estávamos a cinco quarteirões um do outro, a Casa Branca no meio. Cheguei antes ao endereço, mas não via nenhum bistrô, até que, diante da placa Roy Rogers, caiu a ficha. Esse era o Pimenta! E já com background equestre, como constato, surpreso, 15 anos depois. A começar por Trigger, “O Cavalo Mais Inteligente do Cinema”, montado pelo “Rei dos Cowboys”. A mãe de todos fast-food Roy Rogers dos EUA tinha sua base em Virgínia, onde Pimenta morava e construíra uma estrebaria.
Fascinado por cavalos, quis fazer de sua namorada no Brasil, Sandra Gomide, uma amazona. Ela até comprou um manga-larga, Oceano. O problema é que ele também a queria sob cabresto. Seu trigger (gatilho) foi o de um Taurus calibre 38. Apertou-o uma, duas vezes, no Haras Setti, em Ibiúna (SP). Os amigos de Washington o chamavam de “O Abominável Pimenta das Neves”, só de brincadeirinha. Mas ele o confirmou, abominavelmente. Foi em 20 de agosto de 2000. Jornalista assassina a namorada, também jornalista, e ninguém da imprensa ousava escrever uma reportagem aprofundada, investigativa, esclarecedora. Não mais, com este ótimo livro de Luiz Octavio de Lima. Li-o como leitor e editor, mais de uma vez. Está completo. É honesto. Checado e rechecado. Relata, sem ficção. Por 43 vezes o personagem principal, Pimenta Neves, foi convidado a falar. Não quis. Para mim, caiu do cavalo.
Moisés Rabinovici
A ascensão e queda de Pimenta Neves, da infância em Araraquara ao presídio de Tremembé 2 (SP), passando pelo Banco Mundial, em Washington, é contada com base em extensa pesquisa e cerca de 100 depoimentos.
– Vamos almoçar? – convidou Pimenta Neves. – Aqui perto tem um ótimo francês, o Roi Roger... Estávamos a cinco quarteirões um do outro, a Casa Branca no meio. Cheguei antes ao endereço, mas não via nenhum bistrô, até que, diante da placa Roy Rogers, caiu a ficha. Esse era o Pimenta! E já com background equestre, como constato, surpreso, 15 anos depois. A começar por Trigger, “O Cavalo Mais Inteligente do Cinema”, montado pelo “Rei dos Cowboys”. A mãe de todos fast-food Roy Rogers dos EUA tinha sua base em Virgínia, onde Pimenta morava e construíra uma estrebaria.
Fascinado por cavalos, quis fazer de sua namorada no Brasil, Sandra Gomide, uma amazona. Ela até comprou um manga-larga, Oceano. O problema é que ele também a queria sob cabresto. Seu trigger (gatilho) foi o de um Taurus calibre 38. Apertou-o uma, duas vezes, no Haras Setti, em Ibiúna (SP). Os amigos de Washington o chamavam de “O Abominável Pimenta das Neves”, só de brincadeirinha. Mas ele o confirmou, abominavelmente. Foi em 20 de agosto de 2000. Jornalista assassina a namorada, também jornalista, e ninguém da imprensa ousava escrever uma reportagem aprofundada, investigativa, esclarecedora. Não mais, com este ótimo livro de Luiz Octavio de Lima. Li-o como leitor e editor, mais de uma vez. Está completo. É honesto. Checado e rechecado. Relata, sem ficção. Por 43 vezes o personagem principal, Pimenta Neves, foi convidado a falar. Não quis. Para mim, caiu do cavalo.
Moisés Rabinovici
Olá Luiz Octavio. É um prazer contar com a sua
participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do
Escritor.
Do que trata o seu
Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua
obra?
O projeto começou mais de quatro anos antes da publicação.
A ideia inicial era detalhar os acontecimentos que cercaram o crime cometido
pelo diretor de redação do jornal 'O Estado de S. Paulo' em 20 de agosto de
2000. Meu interesse no caso derivava no fato de ter conhecido de perto os
personagens do envolvidos. Tivera um convívio com Sandra Gomide no início da
década de 1990 e era um comandado de Pimenta Neves, na qualidade de editor de
internet do Estadão, quando ele assassinou a namorada. Aos poucos, fui
descobrindo diversos fatos impactantes do passado do jornalista - inclusive
outros episódios de agressões a mulheres - e isso me motivou a ampliar a
empreitada para uma quase biografia. Imaginei que o livro seria voltado para
jornalistas, já que a apuração era uma oportunidade de aprofundar e
complementar o noticiário da ocasião, sempre muito restrito e cuidadoso - por
ser Pimenta bem relacionado em todo o meio. Mas o público leitor em geral
demonstrou grande interesse também.
Fale de você e de seus
projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho
realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Bem, os três projetos aí citados foram realizados, mas a
literatura com um viés jornalístico, de pesquisa, me seduz bastante.
Anteriormente, havia participado como organizador/editor do livro 'O Xingu dos
Villas Bôas' (Metalivros), que reunia um farto acervo dos famosos indianistas,
além de colaborações de políticos, antropólogos, fotógrafos, etc. E tenho um
trabalho em curso quase pronto: 'Maracanã, um lugar na história' que mostra a
trajetória do local onde é o estádio - dos tempos do Descobrimento à Copa 2014.
O que você acha da
vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco
valorizada?
Imagino que seja muito difícil viver exclusivamente de
literatura no Brasil. Eu me mantenho bem como jornalista e pequeno empresário
de comunicação. Além do pequeno retorno garantido pelos royalties, a leitura
encontra resistências por parte da população, que muitas vezes não domina bem a
linguagem e se inclina mais para o audiovisual ou para a comunicação pelos
meios virtuais. Garantir o interesse da narrativa não é fácil e fico contente
de saber que tantos seguiram meu livro até o fim, em alguns casos em tempo
muito curto. Atribuo isso ao estilo direto, descomplicado que adotei, mas
também aos elementos da história, que eram realmente instigantes.
Como você ficou
sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Na verdade, fiz uma visita aos escritórios da Scortecci
pela primeira vez para sondar a publicação do trabalho de um cliente - uma
empresa que pretendia contar os 20 anos de sua fundação. Achei interessante o
que faziam na Scortecci e quando chegou a vez de procurar uma editora para o
meu próprio livro, foi uma opção acertada. Até porque precisava de um bom grau
de liberdade para tratar de temas controversos. E assim foi.
O seu livro merece ser lido? Por
quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Acredito que sim, porque, além do crime em si, ele traz em
paralelo um pouco da história do País ao longo de 50 anos e coloca algumas
questões relevantes, como os lentos trâmites da Justiça quando se trata de
punir personagens que detêm uma certa influência ou um certo poder; também
desvenda um pouco as relações de trabalho nas nossas empresas, em especial
naquelas de imprensa, nas redações, onde se coloca uma dose excessiva de poder
nas mãos de poucos; e, finalmente, a questão da violência contra a mulher -
algo que, mesmo com os avanços obtidos, ainda carece de mecanismos de prevenção
ou combate.
Obrigado pela sua participação.
Parabéns pela indicação ao Jabuti. Estou na torcida. Sucesso.
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