Paulistano no crescimento, paulista momentâneo da Região Metropolitana.
Cedo se preocupava com o funcionamento, a interação das coisas, instituições e pessoas, o que o levou a se aventurar academicamente nas ciências políticas e sociais, abandonando-as logo para se ocupar de viver. E de escrever.
Sensível aos acontecimentos do país e do mundo, a atomização do homem no mecanicismo das sociedades o levou a registrar em crônicas e poesias menores, suas emoções e pensamentos.
Crônicas dos Coveiros do Cemitério Verde é sua primeira publicação.
Que venham outras!
É um romance curto, dinâmico, encadeado por crônicas – o gênero de escolha do autor para contar esta história. No Brasil das classes médias atarefadas, o mundo das relações talvez esteja circunscrito num imaginário cemitério colorido – verde! Lá estão os desejos, os sonhos, as frustrações, os devaneios de toda gente que se sente invisível e sem amigos. Tamanha energia incontida transborda e os personagens explodem em revolta e coragem. Um novo mundo! Será? O mundo pode ser novo a partir da vontade de pessoas invisíveis e sem aliados?
Olá David. É um
prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da
Scortecci do Portal do Escritor.
Do
que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que
se destina sua obra?
Crônicas dos Coveiros do Cemitério Verde é um romance de
superação narrado em crônicas, sobre um grupo de trabalhadores de cemitério que
quase involuntariamente se envolve numa jornada de autodescoberta como cidadãos
e trabalhadores dignos de respeito. Suas reivindicações evoluem e explodem numa
revolta cujo desfecho é surpreendente!
Esta história foi escrita há quase 20 anos, quando o fato
de que há seres socialmente invisíveis, portadores, no entanto, de dramas e
paixões pessoais inalienáveis que nem mesmo o menosprezo social pode suprimir,
incomodou-me com tamanha intensidade que me vi obrigado a escrever sobre este
tipo social: o trabalhador comum, especialmente, o que goza de relativa pouca
expressão, passa quase despercebido em momentos cruciais e inevitáveis de
nossas vidas.
O grupo de sepultadores e sua condição peculiar são representativos
de todos os indivíduos que, a despeito do esquecimento ou desprestígio, podem e
devem conservar o orgulho, o amor-próprio e a auto-estima equilibrados.
Não é um livro para crianças. É para jovens e adultos de
todas as idades. É, com maior indicação, para quem deseje amadurecer esta ideia.
Fale de você e de seus projetos no
mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de
plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Crônicas dos Coveiros do Cemitério é minha primeira
publicação. Desejo que não seja a última. A aventura de quem escreve é como a
mensagem da garrafa que o náufrago de uma ilha ignorada lança ao mar para pedir
ajuda: pode ou não chegar ao destino almejado, pode ou não atingir o objetivo
desejado. Gostaria muito de deixar não só livros sobre prateleiras, mas
mensagens na mente, histórias no coração e sensações na alma.
O que você acha da vida de escritor
em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Não estou certo de que sejamos tão poucos leitores no
Brasil. Porém, tenho a convicção de que se o país fosse mais atento aos
problemas sociais como violência e emprego, distribuição de renda, educação e
cultura, enfim, se houvesse um senso mais pragmático, mais prático de justiça
social, certamente teríamos um número muito maior de leitores.
Como
você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Sei da Editora Scortecci há mais de 20 anos. Amigos
publicaram por ela.
O
seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus
leitores?
Crônicas dos Coveiros do Cemitério Verde merece ser lido senão
como uma reflexão sobre o homem comum, como uma história que entretenha e
divirta. O certo é que a ninguém é permitido desprezar os quase sete bilhões de
histórias pessoais únicas, exclusivas, inéditas e intransferíveis que transitam
vivamente pelo mundo.
Como digo no início: “Atrás desses muros há intensidade,
almas afogueadas pelas paixões. Somos todos personagens de nossa própria,
irremediável, fatal história.”.
Obrigado
pela sua participação.
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