Nasceu em São Luís (MA) em 1988. Concluiu o curso de Letras na Universidade Estadual do Maranhão em 2013. Participou da antologia do Concorso Internazionale de Poesia Castello di Duino (Ibiskos Editrice Risolo, 2010). Ficou em 2º lugar no 23º Festival Maranhense de Poesia (2010). Participou também da obra Acorde (Scortecci, 2011), com Igor-Pablo e Wesley Costa; Macondo n° 6 (2012); Samizdat n° 39, e Substânsia n° 3 (2014).
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Apresenta poemas que conversam com a incomunicabilidade, confusão, consumismo, tecnocracias e et coeteras que nos banham os ossos e corações no mundo atual. No viés individual de cada texto há todo um background de motivação moderna que, além da forma, busca nos retratar como seres do/no caos e falta de entendimento do que os padrões são e podem ser. A voz lírica de '&' pretende ser sincera, direta, testemunha e vítima dos dias que nos rodopiam.
Olá Sebastião. É
um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da
Scortecci do Portal do Escritor.
Do
que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que
se destina sua obra?
Meu livro não surgiu de forma que eu pudesse dizê-lo
'temático', ainda mais 'monotemático'. Ele vem da tradição dos bons e velhos
livros de poesia: os temas se constroem na leitura e percepção da própria obra
pelo autor e, consequentemente, do leitor. Diria que em vez de 'temas' ele
carrega 'unidades': dúvida, inconformismo, saudade, (des) esperança... e como o
mundo que me cerca me afeta e se desdobra em mim, como minha sensibilidade
reage a certas coisas, entre elas, o consumo, o sonho, a cultura pop, a
tradição literária, etc. '&' é o clímax de mais de 10 anos praticando a
poesia, afinando minha cultura (ou não), experimentando o mundo e meu
crescimento como pessoa-poeta. A partir de 2010 seus primeiros poemas foram escritos
e os últimos em, 2014. Foram 4 anos de transformações e vivências que me
fizeram relembrar e reavaliar minha existência de humano e humano-poeta,
tomando consciência dela de uma forma diferente. E na idiossincrasia da obra é
que acredito que encontrarei meus leitores. Não ofereço uma experiência de
leitura fácil ou certinha: me ofereço aos que desejam desafios, seja pelo
registro poético ou pelos 'temas', ou ainda, pelo tom de confidência e
revelação pessoal que imprimo aos textos. Meu leitor é o que se permite.
Fale de você e de seus projetos no
mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de
plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Apesar de ter feito o curso de Letras e ser professor, há
muito já me interessava as possibilidades da escrita. A poesia, ou melhor, o
poético, me caiu melhor. Inicialmente minhas experiências com o literário eram
despretensiosas, porém, ao passo que crescia e amadurecia (?), me veio a
vontade de espalhar ou compartilhar meus escritos, minha arte; é mais que
escrever e ser lido, é oferecer certo conforto ou uma certa e diferente
experiência através da leitura a alguém que pense, sinta e veja as coisas
aproximadamente como eu. É o que os verdadeiros artistas fazem desde sempre.
Muitas pessoas ouvem música pop porque se identificam com a letra e/ou a
melodia lhes imprime uma sensação; eu faço o mesmo, só que com aos
sensíveis/disponíveis ao poético. Pretendo continuar escrevendo, espero que por
um bom tempo, uma vez que a experiência de criar é deliciosa e libertadora, e a
experiência de compartilhar reconforta e estimula (na maior parte das vezes..).
Não espero muitos livros, somente alguns que sejam relevantes e consistentes...
De resto, sou um artista da palavra. Deixo a história das árvores (já plantei
minha cota na infância e só trato atualmente de ajudar a reduzir minhas
emissões de carbono) e do filho (que não desejo ter) para aqueles que dependem
do clichê como projeto de vida.
O que você acha da vida de escritor
em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Claramente não é fácil. Vivemos em uma sociedade que
atualmente deseja ensinar as novas gerações a valor do meio ambiente, da
preservação da natureza, blah, blah... Mas supervaloriza o consumo e repele a
intelectualidade, na maioria dos casos, na maior parte da vida das pessoas
comuns. Em meio às dificuldades econômicas, do peso do status e
hiper-consideração do 'padrão' (estético ou não), é realmente difícil se falar
em livros, experiência literária, arte no geral. É difícil para o artista/
escritor, pois a ele sua obra é muito cara; é difícil para o senso comum, que
não vê utilidade em tal e não sabe nem para onde vai. Precisa-se (e o
escritor/artista obviamente auxilia nesse sentido) de considerarmos o valor e
real significado e alcance do que chamamos 'consciência': consciência
artística, política, pedagógica, econômica... A leitura nos encaminha para a
maior parte do escopo dessas 'consciências'..
Como você ficou
sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Através da internet. Em 2010/11, eu e os poetas Wesley
Costa e Igor-Pablo tínhamos acabado de ganhar algumas posições em um festival
de poesia muito importante em nossa região/estado e desejávamos reunir nossos
textos e sair do anonimato. A Scortecci nos pareceu viável, tradicional e
confiável. Felizmente não nos arrependemos. Da parceria, surgiu a coletânea 'Acorde',
de 2011, com 15 textos de cada um de nós.
O
seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus
leitores?
Acredito que a maior parte dos livros merece ser lida... O
meu também, talvez, porque ao modo de meus parceiros poetas modernos (e não
modernosos), ofereço uma poesia que curte o diferente, acredita que falar do
que é intrinsecamente humano e circundante do humano sempre será relevante e
fornece uma espécie de espelho da nossa civilização, das vidas vendidas
separadamente e de nossos futuros. Particularmente me agrada muito encontrar um
objeto artístico, seja uma música, uma pintura, um gesto ou um livro que me
permita ME ver ou ao menos me comparar e investigar obliquamente. Também é
interessante conhecermos, 'vivenciarmos' visões de mundo diferentes da nossa
(em conformidade com os direitos humanos e dos animais, claro...), por que não?
Desejo que meus atuais e futuros leitores cresçam ou se reconheçam em meus
escritos... que apreciem ou simplesmente deem um voto de confiança à
experiência com o poético. Isso seria ótimo.
Obrigado
pela sua participação.
Sebastião amigo querido, que coisa boa ler sua entrevista. Parabéns! Que vontade forte beleza e seu próprio aperfeiçoamento desenvolve na sua visão.
ResponderExcluirSucesso!
bjs
Roswyta Ribeiro, muito obrigado!
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