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27 janeiro, 2015

Entrevista com Isabelle Palma - Autora de: NAS ENTRANHAS E OUTRAS HISTÓRIAS

Isabelle Palma
É historiadora e professora de História. Nascida em 1977, é mestre em História Comparada das Religiões Antigas pela Universidade Federal do Paraná. Autora do livro de poemas Cenas, lançado em 2013 pela Scortecci Editora.







Nos descaminhos do comportamento humano, emerge o olhar atento de Isabelle Palma, propondo ao leitor uma viagem sem censuras “nas entranhas” de seus tão improváveis personagens.Como alegorias, as bizarrices travestem o âmago de seus personagens. Isabelle busca nas patologias raras e nas estranhezas de comportamento, temas para compor homens e mulheres que transitam absortas pelas páginas obscuras de um cotidiano marginal.
"João Carlos Marcon"

"A obra reúne contos que procuram revelar as estranhezas do comportamento humano e suas tão densas historicidades. Com uma linguagem de fácil acesso e texto simples, o livro é um convite aos contextos literários humanos, com reflexões acerca das experiências vividas ou prováveis.

Contar histórias é a prática social mais antiga da humanidade. Em narrativas orais, o homem arcaico fundou seu mundo e suas percepções acerca da existência das coisas. Por séculos, a história contada embalou universos de fantasia e realidade, ao contrapor a imaginação e a experiência. A prosa mágica dos começos, mistura de religião e memória, foi a primeira forma de registro literário, ainda nos rudimentares sistemas de escrita. E sobreviveu ao tempo, impulsionando toda uma geração de escritores.
Nesta obra, o leitor encontrará uma possibilidade contemporânea de ver o mundo, nas suas angústias e improbabilidades modernas. Nenhuma história, factual ou imagética, deixou de se movimentar pelo campo muitas vezes árido da literatura. Aqui, a história contada ainda procura seus contextos do provável, ao discutir temas polêmicos da natureza do comportamento humano. As entranhas descobertas são um convite para conhecer as facetas insolúveis do homem e suas tão atordoantes especificidades. Muitos dos contos apresentados foram frutos de uma pesquisa intensa a respeito das histórias humanas que o mundo viveu. Mas, como obra ficcional, não pretende uma veracidade histórica: antes e somente um prazer na leitura."


Olá Isabelle. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
A obra é um conjunto de contos escritos durante o ano de 2013. São histórias improváveis, mas possíveis, buscando os universos mais raros que delimitam parte da natureza do comportamento humano. As histórias procuram abordar temas mais instigantes (por vezes proibidos) para os padrões morais instituídos.
Considerando que a literatura não deveria ter fronteiras, não há um público restrito para a leitura dos textos, embora considerando uma censura possível, os contos são mais direcionados a um público adulto.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Escrever sempre foi um hábito na minha vida. Apesar disso, sempre fui mais leitora do que escritora. O meu primeiro livro, de poemas, foi uma grande brincadeira, com textos na maior parte escritos em guardanapos de papel. O segundo, de contos, já foi um projeto mais amplo, cujas expectativas sobre ele eram muito maiores. O terceiro livro (em fase de finalização) será um apanhado de memórias, historietas da minha vida, mais ou menos autobiográfico. Tenho planos de escrever no futuro um romance.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
A vida do escritor no Brasil é uma atividade paralela. Com exceção de autores consagrados pelas mídias (e ainda eles), os novos escritores enfrentam uma peleja muito grande para serem conhecidos. Sobretudo num país em que a cultura leitora nunca foi muito estimulada e a compra de livros é um fenômeno ainda pouco ou quase nada conhecido. A cultura do "empréstimo" suplanta a aquisição de livros e a montagem de bibliotecas particulares, o que inviabiliza muitas vezes a possibilidade de que novos autores façam parte de mídias mais amplas.

 Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Pela internet, fazendo uma busca rápida no Google.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Meu livro é um convite à quebra de paradigmas. Procurei pensar a sociedade sob um prisma menos "formalizado" pelas instituições sociais. Busquei recuperar o humano dentro de um esquema social pré-aprovado, demonstrando que não existe uma padronização de comportamentos e que todas as histórias vividas são válidas e possíveis, embora nem sempre prováveis. Meu livro é um texto que precisa ser lido de forma descomprometida, abandonando estruturas prévias de sociedade, de comportamentos e de moralidades. É um livro que procura subverter os padrões, sem parecer tosco ou imoral. Apenas naturalizando as possibilidades de vida no comportamento das pessoas.

Obrigado pela sua participação.

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